segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

RECOMEÇO


Daqui a algumas horas um novo ano se inicia, e a ideia que isso traz remete a uma necessidade de análise sobre tudo que foi vivido, sobre erros cometidos, os acertos necessários, aprendizados, vitórias e derrotas! 

Todo mundo é tomado por um sentimento de reflexão e introspecção profunda, as pessoas ficam pensativas, desejam votos de felicidade e paz umas as outras, as redes sociais ficam repletas de mensagens e o clima de RENOVAÇÃO começa a se instalar! 

Na verdade, nada muda, apenas zera uma contagem numérica para iniciar-se outra, começamos novamente do número 01 do primeiro mês do calendário, e no caso de hoje, passaremos do ano 2012 para o ano 2013 e tudo vai continuar com sempre foi, nossas vidas irão seguir no mesmo ciclo que sempre seguiram, dias após dia, na verdade, na maioria das vezes, vamos continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo jeito, esperando os mesmos resultados, e vamos continuar nos preocupando com os mesmos problemas, no mesmo lugar, e com o mesmo discurso. 

É isso mesmo, a verdade é que a simples mudança de um número, ao contrário do que acredita a maioria, com todo o respeito, não traz consigo mudanças maiores! Não, o "recomeço dos cronômetros" não tem esse poder! 

Mas ele faz algo que pode ser mágico se bem aproveitado, ele faz algo que pode ser o motivo da motivação inicial para uma mudança real e prática de vida, seja que mudança for essa! 

Esse recomeço nos induz, como dito no início, a pensar, a refletir, a nos perguntar onde erramos, onde acertamos, o que será que poderíamos fazer para chegar no lugar que queremos, o que faltou ser feito! 

Esse recomeço traz consigo mais experiência, pois se você está começando mais uma ano significa que você viveu mais 1 ano, foi mais 1 ano de VIDA, mais 365 oportunidades que você teve para ser feliz.  

E focar os olhos nessa verdade analisando a si mesmo e tudo a sua volta é uma atitude que pode produzir resultados satisfatórios, sim! Mas para uma mudança real é necessário MAIS, muito mais que reflexão, muito mais que votos de felicidade, palavras bonitas ou discursos bem elaborados.

Somos o que FAZEMOS, de nada adianta pregar algo e não viver o que diz (a Bíblia chama isso de hipocrisia), de nada adianta eu falar de AMOR para as pessoas, e desejar isso a elas na virada do ANO, se eu não sou capaz de amar o próximo, de nada adianta eu falar de PAZ, e desejar isso para todo mundo, se eu vivo em guerra com os outros e buscando cada vez mais e mais discórdia para minha vida, de nada adianta eu falar de SONHOS se, na verdade, eu morro de medo de sonhar, e chamo aqueles que ousam fazer isso de ingênuos e insisto em mostrar para eles que na verdade o que eles vivem é um devaneio.

De que adianta eu desejar FELICIDADE, se eu não sei ser feliz? Se eu acho que não tenho o suficiente para ser feliz, e que a vida foi justa com todos, menos comigo? 

A mudança, na verdade, está nas mãos de cada um, não todo ano, mas TODOS OS DIAS, na verdade, cada MANHÃ é um novo RECOMEÇO, é uma nova oportunidade dada por DEUS de você fazer o que vem fazendo de maneira diferente, ou simplesmente, de você parar de fazer o que não deve ser feito, e começar a agir de outra forma. 

Cada manhã com vida é uma nova chance que DEUS está te dando, sim, DEUS, porque se você acordou e o ar entrou pelos seus pulmões, se o seu coração continuou a bater e a bombear o sangue para que seu corpo todo possa funcionar, se seus órgãos não pararam, se você abriu os olhos e viu a luz do sol, foi DEUS quem permitiu, você já começou o seu dia sendo abençoado. 

Quantas pessoas pelo mundo tiveram sua ÚLTIMA oportunidade justamente no dia anterior? Quantas pessoas não mais acordaram naquela manhã, ou nesta manhã? Pois já se encontram sem fôlego de vida... Amanhã mesmo, enquanto você comemora um novo ano que começa, muitos vão estar chorando a dor da perda de alguém que acabou de partir, amanhã, depois de amanhã, TODOS OS DIAS! No entanto, você ainda está aqui, nós estamos! Então façamos algo de bom enquanto temos TEMPO! Não apenas em datas especiais ou marcantes! 

Devemos pensar diariamente que só o fato de estarmos VIVOS já é um recomeço, independentemente de qual seja a data deste recomeço. 

Assim, amanhã temos um novo recomeço, mais um ano, saindo do forno, novinho em folha, uma página em branco, mas antes de começar a escrever nessa nova página, precisamos olhar para o que já escrevemos nas páginas anteriores do livro da nossa vida. E é olhando para todas elas que posso dizer sem dúvida alguma que 2012 foi um dos melhores ano da minha vida até hoje, em quase todos os aspectos.

Foi o ano de COLHER os frutos depois de muito ter PLANTADO!  

Foi o ano de enxergar as sementes prosperarem e virarem lindas árvores. Foi o ano de adentrar em uma nova casa depois de ter feito uma faxina (me livrei de muita coisa ruim, joguei fora o que não prestava mais), foi um ano de conhecer um outro lado desse mundo tão complexo, de ver o mundo com outros olhos, de conhecer outras culturas e conviver com pessoas tão diferentes e tão distantes que te fazem olhar para o seu "mundinho particular" e perceber o quanto você era arrogante de achar que o universo se limitava ao que seus olham eram capazes de ver, foi o ano de aprender novos valores e ao mesmo tempo perceber o quanto você se torna rico com tão pouco quando está longe de tudo que é realmente SEU. Foi um ano de MUITA VITÓRIA e muito APRENDIZADO e CRESCIMENTO!

Houve sim muitos momentos tristes e de muita dor, o maior deles foi a morte de pastor João Filho (episódio sobre o qual eu falei aqui e que muito me marcou), como essa perda foi irreparável para MUITOS, deixou um espaço que jamais poderá ser ocupado por outro! Grande homem! Houve sim decepções, mas nada que chegasse perto de tirar o sorriso estampado em meu rosto, pois muito mais que lágrimas eu pude mostrar sorrisos, sorridos de Gratidão, de Felicidade, de Amor, de Realização. 

Foi uma ano de conquistas, e arrepia pensar que 2013 promete muito mais, existem tantos planos em vista, casamento, mudança de cidade, outra realidade me espera, será com certeza mais um desafio a ser vencido, e não tenho dúvidas que será! Porque cada tijolinho dessa obra está sendo colocado com muito, muito amor. Cada nova linha dessa nova história está sendo escrita com um amor tão grande que eu jamais pude sonhar ter um dia. Quando ninguém acreditava em mais nada tudo aconteceu da forma mais inimaginável, tão de repente quanto um novo amanhecer, porém tão intenso quanto o sol ao meio dia. Essa foi a grande surpresa do ano. E tudo debaixo da soberania de DEUS! Pelo menos no caminho certo sei que estou.

Enfim, 2012 acabou e deixa em mim uma grande sensação de dever cumprido. Cheguei até aqui de pé, com muito mais força, cada dia mais madura e infinitamente mais segura, de tudo, inclusive do que eu quero e para onde estou indo! 2012 me ensinou que Fernando Pessoa estava certíssimo quando escreveu: 

"Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?".

AGIR, esse é o segredo da realização dos seus sonhos, levantar da cadeira, sair do sofá, AGIR, o novo ano começa amanhã, mas tudo vai permanecer exatamente IGUAL se a gente não agir, pensamento positivo não muda nada, boas intenções, também não, palavras bonitas, tampouco, são necessárias também, mas não têm o poder de concretizar absolutamente nada, já AÇÕES, essas sim, produzem RESULTADOS.

Seu destino é apenas um se você viver de discursos e pensamentos positivos: Lugar nenhum! Você ficará exatamente onde está, parado!

A escola da maturidade já ensinou que o melhor a fazer é buscar movimento, nunca ficar parado! A vida pede movimento, a vida pede estímulo, impulso, a vida pede AÇÃO, quem perdeu a vontade de agir, apenas respira, mas não enche de fato os pulmões, não existe, sobrevive! 

Queira movimento, não repetição, movimento! Queira sentimento, o mais sincero, profundo, e colorido! 

Queira felicidade, não aquela superficial e dependente do que não está ao seu alcance, muito menos de algo que se pode comprar, mas queira aquela que se apresenta como uma simples escolha! Porque se a sua felicidade for uma escolha SUA, absolutamente nada nem ninguém poderá te roubar isso. E você será feliz simplesmente porque é.

Queira mais, muito mais, porém não queira excesso, ele desvaloriza qualquer tesouro. 

Qual a graça do muito? 

O que seria do dia de sol se não fosse o dia de chuva? 

O que seria do riso se não fosse o choro? 

O que seria da felicidade se não fosse a dor? O desespero? Teriam valor? Será? 

Queira ser dois, queira alguém para você amar até mais do que a si mesmo, alguém para cuidar e para dividir uma vida contigo, porque isso é maravilhoso e simplesmente encantador, mas antes disso, queira ser UM.

Se você não souber ser UM, nunca saberá respeitar os limites necessários para que você possar ser feliz sendo dois.  

Seja quem é e não abra mão disso, JAMAIS, só mude a si mesmo por um único propósito: o de AGRADAR a DEUS. Se não for essa a razão, permaneça como está, porque é ilusão, é retrocesso, é perda de identidade.

Não deixe de sonhar, os sonhos alimentam a alma, não tenha medo de ser corajoso, a covardia é a forma mais pobre de mediocridade! 

Não se entregue pela metade a nada, SEJA INTEIRO, em tudo, SEMPRE. Esse é o segredo maior!

Não existe arrependimento maior do que pensar que poderia ter feito mais! E se no fim você encontrou um desencontro, sorria! Sinta-se feliz, pois você acreditou, e isso já é uma ousadia exclusiva dos grandes! E assim você aprendeu a essência mais bonita da vida: Ser inteiro mesmo em meio a várias metades... pobres metades! Não imaginam o quanto são desprezantes! 

Não minta para si mesmo, não sufoque o que sente, nem esconda com medo do julgamento alheio, sentimento nasceu para voar, DEIXE-O LIVRE, e liberte-se junto com ele, ele pode te levar a lugares jamais imaginados! 

REVELE-SE, porém, preservando um certo mistério, é desafiador, mas acima de tudo, cuide-se, trate-se, mostre-se, faça e diga! 

Jamais olhe para os lados, aos lados ficam as sombras, sombras são atrasos, atrasos são perdas de tempo!

Olhe pra frente, para saber para onde está indo, e onde quer chegar, e para trás, porém, rapidamente, apenas para entender como foi que você se tornou o que é hoje! Afinal você é o que viveu, e o ontem já é passado, não é?

Gratificante e bonito é olhar de novo, reler a história, olhar para o "ontem" e constatar que até mesmo os erros não foram em vão, será mesmo que nada é por acaso? 

Será mesmo que tudo tem um porquê, uma razão?

2012 me ensinou que sim, TUDO tem uma RAZÃO!


FELIZ 2013!

sábado, 29 de dezembro de 2012

Em obras

Um passo e depois o outro, cada segundo um recomeço, cada minuto um minuto a mais. 

Olhar para trás para relembrar onde não devo ir, olhar para o alto para fixar os olhos onde quero chegar! 

Tropeçar uma vez, e depois correr dois vezes mais rápido, a estrada é longa, mas o tempo não.

Essa morada que um dia sonha em se tornar perfeição, está em obras.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

MANIA DE EXPLICAÇÃO



Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa. 

Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra. 


As pessoas até se irritavam, irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio de seu peito, com aquela menina explicando o tempo todo o que a população inteira já sabia. 

Quando ela se dava conta, todo mundo tinha ido embora. Então ela ficava lá, explicando, sozinha. 

Solidão é uma ilha com saudade de barco. 

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue. 

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco. 

Pouco é menos da metade. 

Muito é quando os dedos da mão não são suficientes. 

Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça. 

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego. 

Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.

Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento. 

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa. 

Certeza é quando a ideia cansa de procurar e para. 

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido. 

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista. 

Renúncia é um não que não queria ser ele. 

Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe. 

Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente. 

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora. 

Orgulho é uma guarita entre você e o da frente. 

Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja. 

Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente. 

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento. 

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado. 

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração. 

Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro. 

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma. 

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros. 

Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho. 

Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia. 

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia. 

Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo. 

Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo. 

Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa. 

Desatino é um desataque de prudência. 

Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo. 

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário. 

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato. 

Emoção é um tango que ainda não foi feito. 

Ainda é quando a vontade está no meio do caminho. 

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele. 

Desejo é uma boca com sede. 

Paixão é quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra. 

AMOR é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.

Não.

AMOR é um exagero... 

Também não.

É um desadoro... 

Uma batelada? 

Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego

Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de AMOR ela não sabia explicar, a menina.

Adriana Falcão

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Observações de uma segunda feira no Canadá...


Em mais uma segunda feira qualquer, eu me dou conta de que estou prestes a completar 3 meses aqui, ou seja, cheguei na metade do caminho já, daqui para a frente é "contagem regressiva". 

Diante disso surge de repente em mim um aperto no coração ("Poxa, mas já? Já está acabando?"), e ao mesmo tempo surge um alívio extretamamente confortante (Ahhh. Que bom que já está acabando!).

É uma sensação muito confusa! Um desejo mútuo e contraditório de que o tempo passe rápido, mas também passe devagar. 

Mas a verdade é que o tempo passa na mesma velocidade sempre, ele não espera por ninguém (ah, se esperasse...), o que muda é a nossa postura diante dele, e o que fazemos com ele. Muda o que sentimos durante o trajeto e como percebemos a passagem do tempo!

E durante esses 3 meses posso dizer que eu senti literalmente o tempo voar, e ao mesmo tempo percebi o quanto foi e tem sido intensa essa experiência de morar aqui. Olho para trás e não consigo acreditar que tudo que já vivi coube dentro de 3 meses. 

Muita coisa aconteceu, aprendi muito, cresci como pessoa, fiz amizades com pessoas totalmente diferentes de mim (em todos os aspectos), conheci outras culturas de perto, pude ter, de fato, experiências enriquecedoras.

Aprendi um pouquinho de inglês (apesar de não ter sido nem 5% do que eu quero ainda, e de não estar sendo "fácil" como eu imaginava que seria), sair da homestay e fui morar "sozinha" pela primeira vez na vida, (na verdade, dividindo apartamento com mais 4 pessoas), tive que começar a cozinhar todos os dias para não precisar comer fora de casa e fazer render o dinheiro, tive que começar a fazer contas e pesquisar preços para que a feira do mês coubesse no orçamento do mês, aprendi a economizar e a não estragar comida, aprendi (ainda mais) o valor do dinheiro.

Enfim, posso afirmar que morar em Vancouver temporariamente, apesar de todo o encantamento da experiência, também me fez viver uma vida "real" que eu ainda não tinha vivido no Brasil, morando com a minha família, na minha querida "zona de conforto". 

Estar aqui tem sido um desafio para mim, e confesso uma coisa, nenhum um pouco fácil, muito pelo contrário.
Na verdade é que antes de eu chegar aqui, e até durante as primeiras semanas depois que eu tinha chegado, eu achava que tudo seria fácil.

Saudade? Tô acostumada a sentir, desde que me entendo por gente que convivo muito bem com ela e até hoje sobrevivi.

Distância? Nem se fala... Tenho um coração dividido ao meio pela distância geográfica, um fica lá no Norte, e outro no Nordeste do Brasil (já que minha família quase toda mora em Manaus, e eu em João Pessoa).

Solidão? Que nada... Sempre gostei de ficar sozinha e isso me fez mais forte e ao mesmo tempo pude me conhecer melhor. E depois quem tem a JESUS CRISTO como companheiro e consolador nunca se sente só.

Ansiedade? Ah, essa é uma danada que nunca me abandonou e não seria em Vancouver que ela ia fazer isso, mas creio que não será um grande problema.

A verdade é que eu me enganei em todas as expectativas acima!

Logo que cheguei aqui, a primeira sensação é de deslumbramento e encantamento! E o primeiro desejo é o de "nunca mais ir embora"!”. 

Sem exageros, esse pensamento veio à minha mente inúmeras vezes afim de me conquistar. Vontade de largar tudo, chamar meu namorado para vim morar aqui, construir uma vida aqui, e nunca mais voltar para o Brasil, só de férias.

Isso aconteceu (e acontece com praticamente 100% das pessoas que vêm para cá) porque Vancouver é uma cidade que realmente nos seduz de cara, de maneira avassaladora, é amor à primeira vista. 
Ahhhh, e que vista!

Árvores coloridas no outono, mar azul, jardins que parecem terem sido esculpidos à mão, montanhas belíssimas ao fundo, ruas largas e gostosas de andar, andar e andar sem destino, pessoas educadas, inúmeras e infinitas opções de lazer, a qualidade de vida, a tecnologia e o desenvolvimento de uma grande metrópole combinadas com a vida pacata e tranquila de uma cidade pequena. 

Como se já não bastasse, a cidade ainda possui uma comunhão perfeita da natureza com um urbanismo de extremo bom gosto. A segurança em andar nas ruas, em qualquer horário, salvo raras exceções. 

Você se sente no "lugar perfeito", na cidade "perfeita", com a possibilidade de ter uma vida "perfeita". Aí depois de um tempo você descobre a ILUSÃO... E é quando o intercâmbio começa a deixar de ser uma experiência "mágica" para se tornar uma experiência mais real.

Depois de certo tempo, finalmente chegamos à fase de ADAPTAÇÃO, você começa a se acostumar mais com as coisas, a reconhecer os lugares, começa a se sentir à vontade com as novidades e com as coisas e situações que, até então, você se surpreendia.

Nas primeiras semanas eu sentia como se tivesse em mundo paralelo, em outra dimensão, mas quando tudo começa a acontecer e as coisas a se encaixar e a "entrar nos eixos", chega a ROTINA!

Aí você deixa um pouco de lado a euforia e se acostuma com a ideia de que essa é a SUA VIDA agora. E é nessa hora que as "vendas dos olhos" caem e você passa a enxergar também (no meio de tanta beleza) os pontos negativos da cidade! 

Você percebe que, na verdade, Vancouver não é um lugar perfeito, e que aqui também tem seus problemas! Você se dá conta que mesmo na cidade que foi eleita inúmeras vezes "o melhor lugar do mundo para viver" existem problemas sérios e de difícil solução. 

Na verdade, pelo visto, qualquer lugar do mundo tem! 
Após a retirada das escamas dos olhos, aliado à adaptação natural que só vem com o tempo, tudo começa a ficar mais difícil, sim, mais difícil. 

Porque não existe mais “encantamento” nem nada que te distraia quase que totalmente de parte da sua VIDA que ficou no Brasil (comigo foi assim, com outras pessoas pode ser que não).

E o que começa a acontecer então? Vamos às etapas.

Chega uma hora em que a saudade, mais que do Brasil (mas de um lugar realmente "seu") começa a surgir. 

Por mais que seja gostoso viver aqui, não tem como se sentir totalmente em casa, totalmente segura, sempre estará faltando alguma coisa! (Pelo menos para mim foi assim, foi isso que comecei a sentir). 

E quando eu falo em segurança, não estou falando de assalto, roubo, sequestro, etc. Tô falando de você se sentir em casa. Porque a verdade é que por mais que as pessoas aqui sejam educadas e solicitas, você sempre vai ser um “estrangeiro”, e se a coisa apertar, na "hora H", não vai ser você (o “estrangeiro”) que terá VEZ e VOZ. Você sempre estará em desvantagem.  

Não estou reclamando de nada, a receptividade com estrangeiros aqui é maravilhosa, não poderia ser melhor, Vancouver é uma cidade onde existe de tudo, o MUNDO inteiro está aqui, transitando pelas ruas, e as pessoas são acostumadas a conviver com pessoas de todos os lugares do mundo! 

Mas mesmo assim, não tem como se sentir totalmente confortável, acho que não sei explicar isso direito, então, resumindo tudo isso em uma única frase: NADA como estar no SEU país! Não tem coisa melhor. E realmente nós só sentimos isso quando saímos para morar em outro lugar fora do Brasil! Tem que viver a experiência para poder entender, não tem jeito! (Eu até acredito que se eu ficasse mais tempo morando aqui, até me acostumaria com isso, mas, pelo menos hoje, ainda sinto esse desconforto sem explicação nem razão específica).

Depois da saudade se instalar de vez, a solidão também bate na porta, pois por mais que você tenha feito 500 amigos, (e que, no meu caso, você more com a sua melhor amiga aqui) suas raízes não estão aqui, seus amigos da vida inteira e as pessoas que te conhecem realmente e em quem você confia quase que de olhos fechados estão longe de você.

Sua família, pessoas que você sabe que fariam qualquer coisa por você, até morreriam por você se necessário fosse, seu namorado, todo mundo que faz parte de você e da sua história estão a centenas de quilômetros de distância de você! 

E não, não é fácil conviver com isso numa boa o tempo inteiro. Chega uma hora que a bomba explode e bate um desespero enlouquecedor. Você fica triste e não sabe dizer o motivo, você chora sem saber a razão, mas tudo isso tem nome, solidão, simplesmente solidão, solidão com uma boa dose de carência.

E por último, a ansiedade. Isso é algo que pelo que eu pude perceber, também acompanha todo mundo que está fazendo intercâmbio pela primeira vez.

No começo, antes de chegar ao país, é a ansiedade em não saber como será, se vamos nos adaptar, se vamos conseguir nos comunicar, entender o que as pessoas dizem, e se as coisas vão sair como foram planejadas. 

Depois que chegamos, é a ansiedade em aprender, fazer valer a pena o dinheiro investido, e (especificamente no meu caso) a decepção em perceber que não é tão simples assim e que nada acontece do dia para a noite, aí depois surge a ansiedade em fazer novas amizades logo (algo que acontece quase que constantemente, da maneira mais natural possível).

A vem a ansiedade em conhecer todos os lugares, em abraçar o mundo, e então surge a ansiedade do que fazer quando não se tem muita coisa mais a fazer, e de repente você fica com vontade de voltar logo pro Brasil, é realmente uma loucura!

Mas é uma loucura gostosa, na verdade um DESAFIO! 

Você aprende a se enxergar melhor e a controlar seus impulsos, simplesmente porque você não tem outra escolha a fazer.  
Viver essa experiência é realmente uma mistura de sensações boas e ruins, porém intensas, todas! 

Tudo aqui é muito intenso. Se eu acordo triste, acordo MUITO triste, choro, quero me isolar, não gosto de sorrir para ninguém.

Se acordo feliz, acordo gargalhando, fazendo mil planos e querendo aproveitar o novo dia ao máximo! E o mesmo motivo que me faz acordar triste em um dia (estar aqui), é o que me faz acordar sentindo a maior felicidade do mundo no outro dia (estar aqui). 

Achei que era só comigo que isso acontecia, e pensava (Será que sou normal? Haha). Mas eu percebo que todas as amigas que fiz aqui acontece o mesmo! 

Tem hora que dá vontade de chutar o balde, e quem não se controla realmente acaba chutando mesmo, (antecipando a volta para o Brasil). 

Outros já vem pra cá e nunca mais querem voltar, o tempo passa, os dias passam, as semanas e os meses, e essas pessoas continuam querendo ficar aqui para sempre, nem mesmo consideram a possibilidade de voltar. 

A vida é isso. Pessoas diferentes, cabeças diferentes, e prioridades diferentes. Eu até ficaria aqui para sempre, mas não sozinha, acho que não aguentaria...

Então, fora as adversidades e problemas, a experiência é imensamente prazerosa e satisfatória, como já havia dito na postagem “1 mês em Vancouver”, estar aqui é sem dúvida algo infinitamente enriquecedor, uma experiência única e que te faz aprender MUITA COISA, e o inglês é apenas uma delas. 

Estou na metade do caminho já e creio que a outra metade será ainda mais desafiadora. 

Está cada dia mais fácil (do ponto de vista da adaptação) e ao mesmo tempo difícil (do ponto de vista da saudade e da solidão), mas com um jogo de cintura dá para chegar ao destino final com um belo sorriso no rosto. 

Até porque Deus tem cuidado de mim aqui como um verdadeiro PAI. Colocou pessoas maravilhosas para cruzar o meu caminho, pessoas essas que tem me dado todo o apoio necessário e até muito mais do que eu precisaria! Realmente posso dizer que aqui “fiz amigos mais chegados que irmãos”.

E é isso aí, enquanto isso vou vivendo um dia de cada vez, aproveitando os minutos por aqui, que evaporam no espaço e no tempo em um piscar de olhos, chorando quando dá vontade, sorrindo quando convém, sendo forte na tempestade, e perseverante nas tribulações, valorizando os bons momentos  e procurando tirar o melhor de cada situação, porque é assim que a vida sempre me ensinou a ser (sem opção de escolha) e aqui não tem sido diferente!





quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Minhas Descobertas...

Postagem publicada originalmente no dia 10 de agosto de 2012:


"Há tempo para todas as coisas. Tempo para chorar e tempo para sorrir. Essa verdade alcança todas as vidas, em todo o tempo. Comece a se alegrar, pois se você está vivendo o tempo de chorar, se aproxima o tempo de sorrir. Nada dura para sempre e Deus, que é sábio para definir o quanto dura uma noite, também é o artista do amanhecer!"

Pr. João Pereira Gomes Filho



Daqui a exatamente uma semana, eu vou estar completando 25 anos de vida. Olho para trás hoje, de onde estou, e posso dizer sim que errei muito, magoei pessoas, me enganei, me decepcionei comigo mesma e também decepcionei muita gente, sofri, tive perdas irreparáveis, carreguei fardos muito pesados, mas consegui sobreviver, enfim, vivi muitos momentos ruins, mas também milhares de bons! Uma vida normal, como a de qualquer pessoa normal, que é cercada de seus respectivos problemas, intercalados com momentos de felicidade!

ESSA É A VIDA! Um montanha russa ambulante, que uma hora está lá em cima, outra hora desce. Essa é a lei... Enfim, foram 25 anos de história, parece pouco, para quem me olha do alto dos seus 50 ou mais, mas para mim, até hoje, foi a MINHA HISTÓRIA, e é sobre uma pequena, mas importantíssima parte dela que quero falar.

Posso afirmar, sem a menor dúvida, que os últimos 5 anos foram os mais marcantes da minha vida, por diversos e diferentes motivos.

Mais maturidade, menos impulso, mais razão, menos emoção, mais vontade de acertar, em detrimento da indiferença que eu tinha para com os erros, momentos realmente difíceis e marcantes foram vividos nesse tempo, mas principalmente, foi durante os últimos 5 anos, e para ser mais exata, foi em 2009, que eu fiz as descobertas mais importante da minha vida. 

Eu descobri POR QUÊ e PARA QUE eu existo, eu descobri que eu não estou aqui por acaso, que eu tenho um razão para ter nascido, eu descobri que eu tenho uma função nesse mundo, que a vida não se resume (como ensinado nas aulas de biologia do ensino fundamental), a "nascer", "crescer", "se reproduzir", e "morrer". Não! A vida está muito além disso, existe algo que está por trás da última etapa, e esse algo não tem absolutamente nada a ver com morte, pelo contrário, esse algo se chama "VIDA ETERNA", sim, vida eterna!

Eu descobri que Deus não era apenas aquele homem "seminu" que eu via pregado nos crucifixos espalhados pelas paredes, com feridas nas mãos e nos pés, eu descobri que Deus não era apenas um ser superior e poderoso que castigava as pessoas pelo o que elas faziam de errado (quem nunca ouviu quando criança a frase "Não faça isso, senão papai do céu vai te castigar!"?), eu descobri que Deus era muito mais do que aquilo que eu tinha ouvido falar até então.

Pois bem. Certo dia, de maneira bem simples e resumida, eu ouvi falar em uma coisa chamada "relacionamento com Deus", eu aprendi que Deus fez o homem, entre outras coisas, para se relacionar íntima e pessoalmente com ele, TODOS OS DIAS, como em uma amizade constante, real, pessoal e única, sim, Deus nos fez para isso. Porém, a desobediência do homem fez surgir nele uma natureza que até então, não existia, a desobediência do homem fez nascer nele uma NATUREZA PECAMINOSA, e desde então, mais de 2000 mil anos se passaram e o homem tem travado uma luta constante com o pecado, tentando, pelo espírito, dizer não a essa natureza para poder manter o relacionamento com Deus que começou lá atrás, quando tudo iniciou, quando surgiu a humanidade. 

Eu aprendi isso e quando isso se tornou uma VERDADE para mim, não uma religião, mais uma VERDADE, quando eu descobri que eu tava vivendo na escuridão justamente por não saber qual era o propósito da minha existência, os MEUS OLHOS SE ABRIRAM de repente, foi como se, de uma hora para outra, tudo tivesse começado a fazer realmente verdadeiro sentido.

Deus tinha deixado de ser o "papai do céu que castiga" ou o ser "todo poderoso transcendental que mora no céu" para ser, simplesmente, o MEU PAI, sim, eu descobri que ele era meu pai e que eu era sua filha, eu descobri que ele me amava e tinha morrido pelos meus pecados em uma cruz, mesmo eu não merecendo, e descobri que ele queria voltar a se relacionar comigo, através do Espírito Santo. Eu descobri que existia algo chamado PALAVRA DE DEUS, e que ela ia muito além das leituras bíblicas dominicais nos sermões, que ela era absolutamente perfeita, eficaz e extremamente poderosa e verdadeira, eu descobri que ela deveria ser, na verdade, colocada em prática em nossas vidas, para que estão fosse possível nascer um verdadeiro relacionamento entre nós e Deus! 

E o mais importante de tudo, eu descobri que eu existo por uma ÚNICA RAZÃO: para agradar a Deus, para serví-lo, adorá-lo, para glorificar o nome dele em todos os lugares por onde eu andar. Por quê? Porque ele é DEUS! Somente por isso... E o melhor de tudo, eu descobri que, fazendo isso, eu poderia sentir uma felicidade que jamais poderia ser explicada, pois independia de circunstâncias terrenas, pois eu poderia estar passando pelo PIOR MOMENTO de toda a minha vida (como de fato, ocorreu), mas eu jamais iria achar que era "o fim" de tudo, muito menos me desesperar, simplesmente porque em meu coração iria brotar a certeza de que Jesus afirmou que eu iria viver aflições nesse mundo, mas que, mesmo passando por elas, eu precisava ter bom ânimo e confiar nEle, pois Ele VENCEU o mundo e até mesmo a MORTE, e quando tudo isso acabasse e chegasse a minha hora de partir, eu iria para um lugar que ele havia preparado especialmente para mim (e para todos aqueles que o amavam), e nesse lugar eu iria desfrutar da VIDA ETERNA ao lado do CRISTO VIVO!  

Eu descobri tudo isso, eu ACREDITEI verdadeiramente em tudo isso e depois disso a minha vida nunca mais foi a mesma, eu nunca mais fui a mesma pessoa, desde então. 

Ter a consciência do seu papel nesse mundo, de onde você veio e por quê, ter um verdadeiro encontro com Cristo e sentir a sua presença, nem que seja uma única vez na vida e por alguns segundos, faz com que você seja obrigada a cobrar muitas coisas de si mesma. Sua responsabilidade aumenta muito, diante dos homens e diante de Deus.

A verdade é que, desde que eu descobri que tudo isso era verdade, que tudo isso era real, que tudo isso (e muito mais) realmente existia, nada mais voltou a ser EXATAMENTE como era antes.

Eu, resumidamente, posso classificar a história dos meus 25 anos, como ANTES e DEPOIS dessas várias descobertas. 
E posso afirmar também que, para que pudesse nascer a "LINHA" que divide esse "antes" e esse "depois", muitas pessoas foram importantes, muitas mesmo. 

Deus nos ensina e revela através da sua palavra, que chega até nós, muitas vezes, pelo "ouvir", que por sua vez vem através de seus servos, ele usa os seus próprios filhos (da forma como Ele quer e quando Ele quer) para instruir os seus próprios filhos no caminho em que devem andar. 

Nessa jornada, muitas pessoas marcaram a minha vida de maneira especial, muitas mesmo, porém, uma delas, teve uma importância mais profunda, marcou um pouco mais que as outras, simplesmente porque essa pessoa, (através de sua enorme Sabedoria, Conhecimento da Palavra, Vocação, Chamado de Deus, Dedicação e Comprometimento com a Obra do Senhor), MUITO me ensinou, mas MUITO MESMO. E essa pessoa se chama João Pereira Gomes Filho, mais conhecido como Pastor João. 

Eu sei que ele nunca lerá isso que estou escrevendo aqui, e me dói saber que ele foi embora e eu nunca tive a oportunidade de dizer, dessa forma tão profunda, o quanto ele foi importante na minha vida espiritual. Mas mesmo assim, faço questão de deixar aqui registrada essa pequena e simples homenagem a esse GRANDE pregador da palavra de Deus.

Nessa vida só o que fazemos PARA DEUS continuará dando frutos mesmo depois da nossa morte, perdurando pela eternidade, todo o resto, será esquecido, e pastor João é um exemplo de um homem que MUITO FEZ para DEUS! 

Porém, infelizmente, ontem, 09 de agosto de 2012, ele sofreu um infarto fulminante em sua casa, e como já disse, veio a falecer...  Ele faleceu e me fez descobrir ainda uma outra coisa que eu não sabia, eu descobri que eu o AMAVA, que eu o amava como uma filha ama a um pai que a ensina o que é certo e errado, eu descobri que eu o amava por causa da imensa GRATIDÃO que eu sentia (e vou sentir eternamente) por ele, por tudo que ele havia me ajudado a enxergar, lá de cima de um púlpito, com tanta autoridade, conhecimento, inteligência e unção.

Eu descobri que eu o amava porque ele MARCOU a minha vida de uma forma muito forte, ao ponto de me fazer chorar com a sua morte, da mesma maneira que eu choraria pela morte de alguém da minha família. Ser acordada com um telefonema às 3 horas da manhã trazendo a notícia de que pastor João havia morrido DOEU como um faca cortando o peito, chocou, sangrou, sufucou, angustiou, foi muito, muito difícil de acreditar.

Aí eu fui para a igreja e percebi que não estava sozinha, que eu era apenas uma das milhares de ovelhas que estavam se sentindo, mesmo que momentaneamente, "perdidas" naquele momento, um pouco ORFÃS na fé, sem entender muito bem que sentimento "novo" era aquele. Eu ouvi do meu namorado, em lágrimas, a seguinte frase (que me marcou bastante): "Eu nunca pensei que fosse chorar tanto pela morte de uma pessoa que eu acho que não sabe nem o meu nome."

O fato é que pastor João tinha muitas, muitas, muitas ovelhas, sem dúvida, são milhares de pessoas que já tiveram suas vidas, em algum momento, abençoadas através de suas ministrações sempre tão edificantes. Por isso, digo também que Pastor João morreu e ainda me ensinou uma última coisa: me ensinou que a gente pode sim amar muito alguém, mesmo "de longe", e que a verdadeira Gratidão, Admiração e Carinho fazem com que alguém que marcou muito a sua vida e contribui muito para que você se tornasse o que é hoje, se torne, resumidamente, inesquecível, mesmo que não esteja mais aqui. Mesmo que nunca mais esteja aqui!

E é exatamente isso o que ele se tornou para mim hoje, simplesmente, INESQUECÍVEL!


Pastor João Filho. Que o Senhor todo poderoso o receba nos céus de braços abertos e lhe dê a tão merecida coroa da vida! 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Postagem publicada originalmente no dia 16 de abril de 2012:

Essa vida de chegadas e partidas, encontros e reencontros... Coração SEMPRE dividido!

É como se em cada pedacinho da gente, existisse um tesouro precioso abandonado, necessitando ser descoberto, procuramos o mapa, o caminho, a estrada mais curta, e nunca encontramos.

Esse tesouro está lá justamente para isso, para ser contemplado de longe, por um curto período de tempo, por determinada estação, até chegar o momento de começar a próxima. 

As estacões mudam, ficam os sentimentos! 
O inverno chega, ficam as lembranças do verão!
O dia da próxima partida se aproxima, ficam as expectativas do que será do que ficar...

Que seja!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Riscos?

Postagem publicada originalmente no dia 4 de abril de 2012:






Quando inúmeras possibilidades se abrem diante dos olhos, somos contemplados pela beleza da constante renovação que é inerente ao sentido da vida.


O bonito é poder escolher, o bonito é não saber, o bonito é arriscar, mesmo cheia de dúvidas...

O bonito é ter coragem, subir na mais alta montanha, e se jogar lá de cima, fechar os olhos, e sorrir, confiando que lá embaixo te esperam as mais calmas águas, límpidas, e sem pedras ao redor.

E o mais bonito de todo o risco, é quando você percebe que, na verdade, estava segura, que nunca correu risco algum, que não existia pedra alguma, nem ao redor, nem mais distante...

Mas até lá, muito melhor a dúvida e a ousadia do risco do que a certeza de uma vida morna.

domingo, 7 de outubro de 2012

Entre trovões

Postagem publicada originalmente no dia 30 de janeiro de 2012:

Entre trovões, tempestades, reconciliações, revelacões, descobertas surpreendentemente assustadoras, misturadas ao silêncio e às calmarias, entre dúvidas e perguntas antigas provocando respostas atrasadas, minha alma chove e faz sol, grita e emudece.

Uma situação preocupante de certa forma, porém, aliviante, de outra!
Tem coisas que são simplesmente inexplicáveis! 
Por serem assim, eu já desisti de entendê-las! 
Nem quero mais.

sábado, 6 de outubro de 2012

Postagem publicada originalmente no dia 17 de janeiro de 2012:



Mentiras, assim como a neve, inicialmente se mostram alvas e dignas de contemplação, mas basta o tempo passar para se desfazerem em meio a um invólucro de lama e água suja.

Mentiras, causa de mágoas incuráveis e dores que dificilmente cessam. 

Elas tem o poder de destruir amizades, por maiores e mais antigas que sejam, e extinguir amores, por mais intensos e verdadeiros que possam parecer.

Nada pode ser mais mesquinho e inutilmente covarde que a mentira. Mentir sentimentos, mentir sorrindo, mentir chorando, mentir jurando, mentir promessas, mentir certezas, mentir dúvidas, mentir sonhos, mentir planos, e mentir envolvendo o nome de Deus então, é uma perfeita demonstração da capacidade humana de ser pútrido por dentro, e de descer ao nível mais submerso que pode existir.

No entanto, as mentiras são facilmente reveladas, pode até demorar, mas elas não necessitam de muito para se fazerem notar, pois, antes de tudo, são uma espécie de armadilha ironicamente criada por nós para nós mesmos, o que leva a própria contradição e desmistificação do que foi dito.


"Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito" - Abraham Lincoln

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Mais uma tentativa...

Postagem publicada originalmente no dia 9 de janeiro de 2012:





Como é bobo, inútil e egoísta acreditar que o nosso ideal de perfeição será alcançado, que só seremos felizes e estaremos completamente satisfeitos, quando alguém que nem sabemos se realmente existe preencherá todos os nossos pré-requisitos básicos, todas as nossas condições, todas as nossas expectativas, e ainda as expectativas dos outros... 

Seria isso amar? 

Seria isso, realmente, se doar sem querer nada em troca, sem pensar em condições nem em consequências, mas simplesmente no bem que faremos ao outro e na felicidade e satisfação que isso resultará a ambos? 

Creio que não... Acho que agir assim é, basicamente, querer atender expectativas mesquinhas, egoístas, e nem sempre próprias, mas muitas vezes, de terceiros. É querer pensar que o amor precisa de grandes especificações e razões que podem ser explicadas para existir, quando, na verdade, esse sentimento, quando puro e essencialmente verdadeiro, não precisa de condições, muito menos de razões, não se baseia em interesses nem pré-requisitos, ele não faz contas nem obedece a critérios pré-estabelecidos... O amor não é uma equação matemática,  não se baseia na razão nem muito menos completa uma lista de "características primordiais", ao contrário, para existir, ele necessita apenas dele mesmo, do próprio amor...

Ele simplesmente nasce da Atração mútua, é fecundado pela Paixão, cresce baseado no Carinho, se desenvolve através do Afeto e da Amizade, se consolida pela Convivência, se fortalece com a Cumplicidade e perdura pela eternidade quando é cultivado com Consideração, com Respeito, Verdade e Transparência, uma vez que é semeado por pessoas com um objetivo em comum, e esse objetivo tem que ser unicamente a FELIDIDADE do OUTRO, e não a sua, na verdade, esta última será uma consequência de tudo, pois quem realmente ama só é feliz quando o outro está feliz.

Para amar de verdade, é necessário OLHAR PARA O OUTRO (e não para nós mesmos), ENXERGAR a outra pessoa, aceitando-a exatamente como ela é, com seus defeitos e qualidades, fraquezas e virtudes, aliás quando amamos alguém de verdade, amamos essa pessoa exatamente PELO QUE ELA É, e não  pelo que nós gostaríamos que ela fosse um dia, não pelo que idealizamos em relação a ela ou sobre ela.

Porém, por mais que eu tente explicar, definir ou sintetizar em palavras, por mais que elas expressem da forma mais simples (ou não) possível a verdadeira essência desse sentimento, estarei protagonizando apenas Mais Uma Tentativa de fazer o mesmo, em meio a milhares de outras, desde que o mundo é mundo.

Ainda assim, uma coisa é fato, de uma maneira bem simples é possível identificar onde NÃO existe amor: um sentimento ou relação baseado(a) apenas no sucesso do atendimento dos nossos próprios interesses, desejos, anseios e expectativas, pode ser chamado de tudo, menos de amor...


"Mas o amor não é uma saída. O amor é um mergulho.


(Francisco Carvalho)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

1 MÊS em Vancouver...


Ontem, 26 de setembro, completou um mês que eu cheguei ao Canadá, e inúmeras sensações tomaram conta de mim nos últimos 30 dias: saudade, medo, solidão, e ao mesmo tempo felicidade, satisfação e encantamento! (E bote encantamento nisso!).

Depois de tanto tempo sem postar nada aqui, estou voltando a escrever hoje para falar de como está sendo essa experiência inédita para mim! Mas vamos começar do começo: 
A viagem:



A viagem até aqui foi um verdadeiro teste de resistência física e paciência, 2 horas de estrada de João Pessoa para Recife, 3 horas e meia de voo até São Paulo, (até ai tudo bem), chegando em São Paulo, depois de quase cinco horas de espera, enfrentei mais 10 HORAS de voo até Toronto! Pensei que não fosse chegar nunca mais!!! Aja paciência e assunto para conversar, ou a procura de uma posição confortável para dormir, porque definitivamente no quesito conforto , ao contrário do que muitas pessoas tinham me dito, quase não vi diferença do vôo internacional para o doméstico (pelo menos na classe econômica, hahaha).

Depois de 10 horas, chegando em Toronto, ainda esperei mais 2 horas (que passaram voando por sinal, que aeroporto gigante, é aquele? Fez o de Guarulhos parecer uma “vila”. Assusta de tão grande!) para então, finalmente, embarcar no vôo 63 para Vancouver! Quando pensei que estava “perto” de acabar, me dei conta de que estava dentro do território do segundo maior país do mundo, simplesmente foram mais 5 horas de vôo de Toronto até Vancouver, metade do tempo que eu levei para sair do Brasil e chagar no Canadá! JESUUUUUS! Quando desembarquei em Vancouver tava parecendo um zumbi! Mas, sem dúvida, o zumbi mais feliz desse mundo! Hehehe!
Finalmente eu tinha chegado no meu destino!




Mas vamos falar do que realmente interessa: VANCOUVER!

À primeira vista Vancouver é uma cidade simplesmente deslumbrante de tão linda. A terceira maior cidade do Canadá é cercada de montanhas a muita água (banhada pelo oceano pacífico), possui um dos invernos menos rigorosos do país, uma ótima infra-estrutura, transporte público eficiente, pouquíssimos problemas urbanos e uma das mais baixas taxas de criminalidade do mundo! Não é por acaso que foi eleita 5 vezes seguidas (a última delas ano passo) pelo Global Liveability Ranking como a melhor cidade do MUNDO para se viver!




Pois é, Vancouver é tudo isso mesmo e um pouco mais. Tentarei resumir por aqui um pouco do que tem sido esse primeiro mês nessa cidade INCRÍVEL.

Por que será que todas as pessoas que vem para cá se APAIXONAM por Vancouver? Vamos as respostas!

De fato eu pude perceber durante essas 4 semanas que Vancouver realmente possui uma sociedade segura, justa e pacífica, a cidade é extremamente organizada, desenvolvida e de maioria cristã protestante (fato que muito me agradou), sendo que apenas a metade da população da cidade é cristã.

Em relação a infra-estrutura é impossível não se admirar. Vancouver foi muito bem projetada, isso é algo inegável, e quando você começa a entender como a cidade funciona e qual é o seu ritmo, tudo se torna muito mais fácil e você cada vez mais admirada. 

Tudo aqui funciona em harmonia, tudo tem horário e estes são respeitados religiosamente. Os ônibus têm hora certa para passar, e impressiona a precisão com ele obedecem a isso. A cidade é limpa e cheia de acessibilidade para deficientes físicos (todas as calçadas, por exemplo, possuem rampa de acesso para cadeirantes, assim como o transporte público), as pessoas são honestas (claro que tudo tem suas exceções), mas é muito difícil você ver alguém tentando tirar vantagem sobre as coisas!  
E o que mais impressiona também, é que por mais que Vancouver seja uma cidade multicultural, as regras aqui funcionam, e funcionam quase que perfeitamente. 




Não sei dizer exatamente o que porquê que isso acontece, não é fiscalização, não é por imposição, não é apenas por educação (já que aqui vive gente de todo tipo, de todos os lugares do mundo, oriundas das mais diversas culturas), enfim, o fato é que as coisas simplesmente acontecem como foram programadas pra acontecer.

Então posso afirmar que é realmente delicioso viver aqui, não só por tudo que já mencionei até então, nem pela altíssima qualidade de vida que você desfruta, ou pela intensa beleza dos cenários (aqui as pessoas desfrutam do que é considerado um dos mais belos ambientes naturais do mundo), mas também pela hospitalidade do povo canadense. Esse último ponto, sem dúvida, foi uma das coisas que mais me surpreenderam. 

O canadense, apesar de ser um tanto reservado e sério, é extremamente atencioso, simpático e muito, muito educado! Se você resolver parar para pedir informação na rua se prepare, pois facilmente poderá iniciar uma conversa de 20 minutos onde você escutará dicas de lugares para conhecer, onde comer, o que fazer e até mesmo ouvir perguntas sobre a razão da sua viagem, se você está gostando, até quando fica no país e um simpático "Boa sorte" ou "Seja bem vindo" no final!  

As pessoas aqui são assim, adoram uma conversa na esquina, e o melhor de tudo é que o inglês canadense é um inglês correto, eu li em vários sites de intercâmbio que o inglês aqui é bem mais fácil de entender e de aprender, sem os típicos sotaques encontrados facilmente na maioria dos outros países de língua inglesa. Ótimo não é? 










Quanto ao estilo de vida, posso dizer que você se sente em um verdadeiro mix de cultura americana misturada com colonização européia e ainda a presença da vaidade das pessoas do Brasil quanto ao corpo! Eles gostam de fast food, mas por outro lado, também adoram comer bem e procuram levar uma vida extremamente saudável! (Apesar de que muita gente fuma!) O que mais encontramos é gente correndo e caminhando pelas ruas e praças ou andando de bicicleta nos milhares de parques que a cidade tem. Espaço para atividade ao ar livre é o que não falta nessa cidade! E é cada um mais lindo que o outro. (E eu simplesmente AMEI isso, pois adoro essas coisas).




Porém, o mais bonito mesmo é ver que todas as pessoas se aceitam e se respeitam independentemente de suas origens. Todos são diferentes, porém ninguém é mais ou menos canadense que o outro por causa disso! Isso ocorre porque Vancouver (assim como todo o resto do país), como eu já disse, é uma cidade extremamente multicultural, seus habitantes são etnicamente diversos, se engana quem pensa que vai chegar aqui e encontrar apenas loiros de olhos azuis, na verdade descendentes de alemães, chineses, japoneses, ingleses, escoceses, irlandeses entre inúmeros outros ajudam a caracterizar a "cara" típica do canadense (ainda assim o que mais vemos nas ruas são canadenses descendentes de orientais mesmo, principalmente aqui em Vancouver, que dizem ser a cidade que possui o maior número de descendentes de chineses fora da China). 

É muito comum também você encontrar muçulmanos morando aqui (indianos e paquistaneses), a todo o momento vemos pessoas andando com o hijab (o véu islâmico) ou com um turbante na cabeça. É realmente uma terra de imigrantes. E é exatamente em decorrência dessa mistura global concentrada, por causa dessa verdadeira “salada”, que o canadense, assim como o brasileiro, possui “vários rostos”, e o Canadá é conhecido como o “O lugar onde todos pertencem”. (Pois os habitantes são encorajados a cultivar sua própria cultura e permitir que ela cresça).

Sendo assim, andando por Vancouver encontra-se exatamente de TUDO nas ruas, pessoas de todos os tipos e estilos e grande parte da população possui uma língua materna diferente do inglês, motivo pelo qual você também facilmente escuta um idioma que não é o inglês sendo falado em vários lugares. É uma delícia isso!




Além disso, também percebi que você pode andar vestido do jeito que quiser na rua e ninguém está nem aí para isso, ninguém NEM OLHA para a sua roupa, o normal aqui é ser diferente, e diferentemente do que acontece no Brasil, ninguém te define, nem te respeita mais ou menos, ou te "rotula" pela roupa que você está usando. (Umas das curiosidades da cultura daqui que mais me agradaram! Aliás essa é uma característica de país desenvolvido mesmo!)

Aqui também existe uma tolerância racial e religiosa muito grande, enfim, as pessoas , acima de tudo, SE ACEITAM e principalmente SE RESPEITAM em suas diferenças!  Acho essa mentalidade uma coisa fantástica! É realmente, na minha humilde opinião, o estágio de maior evolução e grandeza da mente humana, o RESPEITO pelo próximo! Algo tão simples e ao mesmo tempo um sentimento de valor tão grandioso! (Ahhh se o mundo inteiro fosse assim hein? Um sonho, infelizmente quase uma utopia)




É por causa dessas e de outras coisas que, se eu voltasse para o Brasil amanhã, eu resumiria minha viagem em uma ótima frase que escutei de uma amiga que chegou aqui no mesmo dia que eu, mas que passou apenas três semanas. Dias antes dela ir embora, ela disse: 

“Uma lição de Vancouver: O que já era pequeno para mim, ficou ainda menor, e o que já era grande, aumentou!”

Ela simplesmente disse tudo em duas linhas! Depois de viver, mesmo que apenas 3 semanas (como foi o caso dela) em uma cidade como essa, você percebe sua mente vislumbrando e reconhecendo ainda mais o REAL VALOR das coisas e da VIDA de uma maneira mais clara e profunda, o que tem MUITO valor para você, passa a ter ainda mais, se torna ainda mais precioso, e o que já era pequeno, inútil, banal, e sem importância, passa a ficar ainda menor! 

Então posso dizer que eu já tinha ouvido falar a respeito disso tudo antes de chegar aqui, mas durante esse primeiro mês pude confirmar quão rica é a experiência de fazer um intercâmbio em Vancouver. Também já pude perceber que o inglês, na verdade, será o menor dos aprendizados que terei aqui, sem dúvida alguma!  

Porém como tudo nessa vida tem seu lado negativo, aqui também encontrei o seu:  sem medo de exagerar, posso afirmar que a cada 20 pessoas que você esbarra na rua, pelo menos UMA é brasileira! É isso mesmo! Costumamos brincar dizendo que brasileiro em Vancouver já virou uma “praga sem nenhum tipo de controle”! Hahaha. 

Você vê em todos os lugares, é impressionante. Na escola também praticamente quase a metade dos estudantes são brasileiros (mas isso era algo que eu também já sabia). 

No começo é até gostoso você atravessar a rua, entrar em uma loja qualquer ou até mesmo no metrô e encontrar um brasileiro, a sensação que você sente é "ebaaa, não estou sozinha!". E você encontra gente simplesmente de tudo que é lugar do Brasil, de Norte a Sul do país. As duas maiores amigas que fiz aqui durante esse tempo são de Itajubá (Minas Gerais) e Porto Alegre. Mas até agora já conheci gente de Brasília, Natal, Recife, Teresina, São Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro, Salvador e de várias cidades do interior do Brasil afora, principalmente interior de São Paulo. Já encontrei até mesmo uma paraibana e ex colega de curso da universidade (Ô mundo pequeno! hehe).




E o mais engraçado é que muitas vezes os brasileiros se reconhecem apenas com o olhar, não precisa nem ouvir que o outro fala português, (brasileiro, independentemente de onde seja, tem jeito de brasileiro, né?). 

Outro dia mesmo eu estava com umas amigas (brasileiras, hehe) na fila de um outlet e simplesmente olhamos para outras duas meninas, desconfiando que eram brasileiras, bastou olhar um pouco mais para ouvir das duas a pergunta que nós queríamos fazer para elas: "Brasileiras?!", pronto, tínhamos acertado na mosca e lá se iniciava uma gargalhada seguida de mais uma empolgada conversa em português

E aí está a grande desvantagem de encontrar tanto brasileiro, mesmo que você se policie na maior parte das vezes, é praticamente impossível não falar português, e isso acaba tornando o intercâmbio menos proveitoso no seu ponto e objetivo principal, que é aprender o idioma local! 

Por causa disso, algumas vezes me indaguei se não teria sido melhor ter escolhido uma cidade menor, menos visada e turística que Vancouver, e onde eu encontraria mais canadense e menos brasileiro, mas basta sair de casa e olhar ao redor para esse pensamento se desfazer em segundos! Estar em uma cidade como Vancouver realmente não tem preço... Aliás, (até tem), pois falando em preço, essa foi a outra desvantagem que encontrei por aqui, Vancouver é uma cidade BEM cara, (mas esse é o preço que se paga por estar em uma das melhores cidades do planeta). Comprar roupas baratas é um desafio, e comida então, nem se fala. Mas procurando direitinho e indo aos lugares certos dá para economizar bastante! 

Os preços dos barzinhos, restaurantes, shows, teatros, cinemas também são bem salgados . Os passeios e entradas dos lugares também são, na sua maioria pagos, e além disso não deixar de gorjeta em torno de 10% (no mínimo, dependendo do lugar) do valor da conta é considerado uma falta de educação tremenda! (Ai ai, coitado do meu pobre bolso de estudante! hahaha).

Ainda assim, como eu disse outro dia para o meu namorado que ficou no Brasil (eita saudade GRANDE !), realmente não existem palavras que são capazes de traduzir a experiência de um intercâmbio (principalmente em uma cidade como Vancouver). 

Conhecer uma outra cultura, tão diferente da sua, e ao mesmo tempo tão rica, um outro modo de vida, um outro modo de lidar com as mesmas situações que você vive no seu país, conviver com pessoas de vários lugares do mundo, conhecer lugares simplesmente LINDOS e que você nunca imaginou existir, ou outros que você viu apenas nos filmes, (para quem não sabe, um dos apelidos de Vancouver é Hollywood North, "Hollywood do Norte", devido ao fato da cidade ser cenário de aproximadamente 10% dos filmes de Hollywood) ou por fotos na internet, ter que se adaptar a um novo clima (porque realmente para quem viveu metade da vida em Manaus, no Norte do país, e metade em João Pessoa, no Nordeste, não é muito fácil se acostumar com um “calorzinho” de 12 graus de manhã no VERÃO, hahaha. Imagina no INVERNO hein? O.O), se perder em uma cidade totalmente desconhecida, e precisar pedir informação para poder chegar em casa (isso para mim já virou ROTINA, hahahaha), andar pelas ruas sem destino e sem hora para voltar para casa, e de repente se deparar com uma paisagem deslumbrante na sua frente em pleno centro da cidade e pensar : “Caramba! Como Deus é perfeito! Só ele mesmo para criar algo tão belo!”, superar os próprios limites, e perceber o que realmente tem valor e importância na sua vida (o dia a dia aqui e a distância do Brasil e de casa te mostra isso de forma bem NÍTIDA), tudo isso é muito bacana e TE ACRESCENTA uma riqueza sem igual de uma maneira que nenhuma foto, nem e-mail, nem conversa no skype , nem postagem de blog consegue traduzir. 

É simplesmente uma experiência de vida pela qual vale a pena passar! 




Finalmente, concluindo (demorei tanto para escrever aqui que tudo ficou acumulado e saiu de uma vez só, hahaha): Apesar da saudade do Brasil (principalmente das pessoas e da comida) ser muuuuuuito grande, esse primeiro mês já valeu muito a pena e foi MARAVILHOSO (mesmo com a saudade doendo no peito e apesar das dificuldades, sim dificuldades, elas também existem aqui, nem tudo são "flores"). Assim, eu espero que os próximos meses sejam tão bons quanto o primeiro! E se Deus quiser e permitir, serão sim!

Vamos lá então sair desse quarto e da frente desse netbook que Vancouver me espera lá fora!

Goodbye, people!!!