terça-feira, 16 de setembro de 2014

Honestidade, amor e perdão...

As palavras de Cristo estão relacionadas à paz interior. Relacionamentos honestos reproduzem os dogmas pregados pelos sermões de nossa própria alma, de dentro para fora. 

É certo, porém, que através do contato com os outros, desvendamos verdades outrora invisíveis, que a princípio, são dogmas, mas não devem nortear nossas vidas. 

Os dogmas que exigem da gente um desgaste excessivo de energia e tempo para compreendê-los e praticá-los, não devem se tornar nossos mestres. Amor e perdão são os ensinamentos básicos de Jesus, e, certamente, falar deles não é tão simples. 

Praticá-los também não é tarefa simples. Perdoar é algo tão abstrato que só podemos sentir, por mais que se diga e se abrace o algoz. 

Acredito que a paz das pessoas está relacionada muito ao ato de perdoar os algozes do passado, sendo a partir daí, que se deve ocorrer a expulsão dos demônios de nossas mentes. 

O perdão não quer dizer que o algoz deva fazer parte novamente de nossas vidas, do nosso cotidiano. É honesto que os afastemos, os algozes, desde que assim o seja com o amor pregado por Jesus e não a partir de atos estúpidos requintados de humilhação. 

Os demônios são espertos, e só se vão quando são expostos na berlinda do nosso coração.

Augusto Vicente.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Vocifera

Vocifera sem querer 
Ansiando o amanhecer
Compaixão pela razão
Sem temor, sem terror
Um clamor, meu senhor
Fique aqui, somos um
Me perdi, onde ir
Já não sei, não direi
O que fiz, não te diz
Nada, cala, para

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Sobre Recife, mudanças, casamento e minha gratidão

E então chegou setembro, e com ele começa também a contagem regressiva para que meu tempo morando em Recife chegue ao seu fim, está começando o meu último mês por aqui. Setembro chegou e com ele veio também uma reflexão do quanto amadureci e aprendi morando aqui, em uma cidade desconhecida e que, até então, eu detestava, longe de toda uma vida em João Pessoa, mas perto daquele que hoje é, junto comigo, uma só carne. 

Olhando para trás e para hoje eu percebo o quanto Deus é maravilhoso e soberano, pois hoje percebo que minha mudança para cá, logo no dia seguinte ao meu casamento, foi providencial, na verdade, foi fundamental! Falando friamente, até certo momento da minha vida, que vou comentar em breve, eu nunca me imaginei vindo morar aqui, se fosse para eu ir embora de João Pessoa e escolher outra cidade para morar, provavelmente Recife seria uma das minhas últimas opções, mas, vejam só que ironia, foi justamente aqui que comecei minha vida de casada e foi justamente aqui, na cidade que eu tanto dizia ser "feia" e "suja" que eu descobri uma felicidade que eu nunca pensei que pudesse sentir. 

Mas a verdade é que houve um certo momento na minha vida em que eu percebi que, talvez, um dia, eu tivesse que vim morar exatamente aqui no futuro. Indo ainda mais longe, confesso que essa história começou a pouco mais de 4 anos atrás, lá em 2010. Na época, eu e Joel éramos apenas um casal de ex-namorados que vivia junto, e se chamavam de "melhores amigos", mas, lá no fundo, eu sabia que a gente ia voltar a namorar e também sabia que a gente ia casar. Não sei explicar exatamente o porquê, mas eu sabia. E tendo essa CERTEZA, quando ele me disse que iria prestar aquele bendito concurso aqui, a primeira coisa que eu pensei foi justamente: "Caramba,  é fogo, eu tenho certeza que ele vai passar, e se ele ficar por lá de vez, quando a gente casar, provavelmente, terei que ir morar em Recife, e eu não quero ir morar lá!". Uma viagem total né? Desde aí já começou o meu receio de ter que vim morar aqui! Um medo totalmente sem sentido, porque, afinal, nem namorados éramos ainda. Confesso que me achava meio louca por isso! hahaha. Mas o tempo me mostrou que eu estava certa, e que não se tratava de uma "loucura". 

Pois bem, após isso 2 anos se passaram, muita coisa aconteceu em nossas vidas, nos afastamos, perdemos contato, mas eu sempre soube que a vida iria trazer ele de volta, e que eu nada precisava fazer para isso acontecer, também não sei explicar o porquê, mas eu sabia que isso aconteceria, e exatamente por isso, mesmo que de forma inconsciente, eu me fechei ao ponto de não me envolver com ninguém durante todo esse tempo, (na verdade, isso aconteceu de forma muito natural e não foi muito difícil fazer isso, porque realmente não apareceu ninguém que despertasse o meu interesse, e eu havia dito ao Senhor que só abriria meu coração para o homem que eu sentisse que iria casar, e que ele me mostrasse quando fosse a hora, porém, isso não aconteceu). Sendo assim, diante de toda essa realidade, eu apenas segui em paz o meu caminho e até que um dia, em fevereiro de 2012, lá estava Joel na porta da minha casa, depois de muitas horas de conversas ao telefone, me pedindo para ser novamente a sua namorada, e me dizendo que eu era a única mulher que ele sempre amou e que a gente tinha que casar! Enfim, confirmando a certeza que eu sempre sentia no meu coração, e não sabia explicar a razão. 

Então, aquilo ali, aquele momento, simplesmente, era a realização concreta de um forte desejo do meu coração, desejo esse que foi externado em oração, uma oração que foi feita durante muito tempo. Afinal, eu orei por esse casamento, e muito, e ali Deus estava me dando nas mãos, quando eu menos esperava, aquilo que eu havia tanto pedido a Ele, não muito tempo atrás! 

É indescritível a sensação de ver Deus agir na sua vida de forma real e concreta, principalmente quando nem eu mesma acreditava mais que aquilo aconteceria mais, até porque, como você vai achar que vai voltar, do nada, com um ex-namorado que você simplesmente não fala e não vê a mais de 1 ano? E que ainda por cima estava comprometido com outra pessoa? Mas foi o que aconteceu comigo. Quando as circunstâncias menos favoreciam, quando o tempo já havia passado, e quando a minha cabeça estava totalmente focada em outro projeto (meu intercâmbio no Canadá), ele reapareceu, já solteiro, e me convenceu que aquilo fazia sim um sentido, e aí nós voltamos a namorar.

Alguns meses depois veio o meu intercâmbio (que foi a realização de um grande sonho), e aí foram 6 meses longe, namorando à distância, estudando no Canadá, sentindo saudade e sendo usuário fiel do skype, haha. Em março de 2013 voltei ao Brasil e em abril do mesmo ano, depois de pouco mais de 1 ano de namoro (enfim, o nosso "último namoro"), nós finalmente CASAMOS! 

Rápido como tinha que ser, mas também no tempo de Deus. E aí vieram as grandes mudanças, de solteira para casada, um sobrenome a mais, vida nova, e moradora da cidade que eu tanto “olhava torto”. Mas quantas surpresas vieram junto de tudo isso, e boas surpresas. Eu vim de coração aberto e fui recebida da mesma forma, por pessoas encantadoras e queridas, que eu nunca esquecerei, me apaixonei por Recife e Pernambuco de uma forma que hoje estou indo embora, quem diria, lamentando. 

A verdade é que Pernambuco me encantou, com a sua originalidade, com seu povo orgulhoso das próprias raízes, orgulhoso de ser quem é, povo que valoriza e sabe apreciar as particularidades locais e regionais, vive a própria história, um povo que respira cultura, um povo que tem um coração que pulsa mesmo é por Pernambuco, não apenas no discurso, mas na prática! É realmente encantador esse estado e o seu povo, e eu tive que me desfazer de todas as minhas rejeições e ceder ao que os meus olhos percebiam. 

Claro que existem muitos problemas, a cidade é realmente suja, não é das mais lindas (isso depende do olhar de cada um) e tem um trânsito infernal, mas nada disso apaga o seu brilho e nem faz dela um lugar desagradável, muito pelo contrário, ao menos na minha visão! Eu amei morar aqui, e já tinha inclusive decidido que meu futuro filho (a), se Deus permitisse, nasceria exatamente aqui, em Pernambuco, eu queria ter esse orgulho. 

Porém, de repente, tudo muda novamente, os planos mudam. A vida vem e nos surpreende. Então o fato é que eu estou indo embora daqui a 1 mês, mas serei eternamente grata a essa terra, pois tenho um enorme carinho por esse lugar, não apenas pela admiração que sinto, mas porque foi aqui que comecei minha vida ao lado de Joel, foi aqui que nós nos conhecemos enquanto marido e mulher, foi aqui que nós nos descobrimos ainda mais, foi aqui que Deus agiu em nossas vidas, nos fortalecendo enquanto casal e nos fazendo enxergar que a gente não precisa de muito coisa para ser feliz, e foi aqui que eu descobri e entendi o porquê do casamento ter sido feito por Deus e ser um plano de Deus para os homens dentro do seu supremo e perfeito propósito, que é a FAMÍLIA. 

Foi aqui que eu pude sentir que simplesmente não tem nada melhor do que viver um casamento abençoado por Deus e onde ele é o Centro. Palavras não são suficientes para dizer a satisfação e realização plena que se sente quando você está exatamente onde deveria estar, e ao lado de quem deveria estar. Deus nos uniu de uma forma tão forte, tão linda e perfeita, que a sensação que temos é que somos realmente uma só carne, porque de fato, somos. Mas não no sentido de termos “uma vida só” ou nos anularmos um pelo outro, pelo contrário, Deus nos ensinou que, na realidade, ser uma só carne é simplesmente se sentir parte do outro, mesmo sendo inteiro (a), é saber que os dois estão juntos para somar, não para competir, ou cobrar, ou exigir, ou deixar de ser o que os dois são, mas sim confiar no outro plenamente, é se encher de alegria ao ver o outro sorrir, é ter como objetivo fazer o outro feliz, para por consequência, ser feliz também. 

Nos dias que as pessoas entenderem que esse é o verdadeiro casamento, talvez as coisas mudem de rumo. O segredo é apenas esse, você não casa para SER feliz, mas para fazer feliz quem está ao teu lado, você deve desejar profundamente a felicidade da pessoa com quem você está. É muito simples. E aí quando os dois buscam esse objetivo ao mesmo tempo e com a mesma sinceridade, a felicidade é encontrada, o amor transborda, a união se fortalece e as cumplicidades se multiplicam, a paz faz morada e a presença de Deus é certa. 

Hoje, faltando um mês para nós dois voltarmos a morar em João Pessoa (eu depois de 1 ano e meio aqui, e ele depois de 5 anos), eu escrevo toda essa grande reflexão com o coração cheio de gratidão. Gratidão a Deus por ser o Senhor das nossas vidas, por trazer Joel para cá (cinco anos atrás, pois só ele sabe o quanto foi importante essa mudança de vida para ele), por nos reaproximar, nos unir em matrimônio e posteriormente me trazer também cá, um ano e meio atrás, pois para mim foi um aprendizado e autoconhecimento que nunca vou esquecer. 

Por isso hoje escrevo tudo isso com uma certeza, a de que Deus não age por acaso, nem antecipadamente, nem com atraso, mas ele faz tudo a seu tempo, que é sempre perfeito, e sem dúvida alguma, primordial e decisivo na vida de seus filhos.

Hoje fui e voltei no tempo, refleti sobre presente e passado, "coincidências" e constatações, surpresas, respostas, caminhos seguidos e definições dos últimos anos da minha vida, e registrei tudo aqui, nessa minha sopa de letras, pois quero memorizar esse pedaço importante da minha história para sempre, também aqui, nesse espaço meu. 

E agora me resta apenas dizer que NÃO TEM NADA MELHOR DO QUE SER FILHA DE DEUS, e entregar a Ele as nossas vidas, nossos sonhos, anseios, desejos, problemas, alegrias e tristezas, ele nos dá exatamente o que precisamos, nada mais, nem nada a menos, ele nos fortalece para enfrentar qualquer tempestade, por mais cinza e aterrorizante que seja, ele é sempre Fiel a nós, mesmo quando a recíproca nem sempre a verdadeira, ele não falha, mesmo quando nós falhamos com ele, ele nos consola e ensina na dor e nos dá sabedoria na alegria, a sabedoria de saber, exatamente, como diz a Palavra, que toda boa dádiva vem Dele, apenas Dele, e que nosso sentimento mais forte diante de qualquer benção, deve ser a GRATIDÃO. 

Por isso, hoje, prestes a voltar a morar em João Pessoa, digo, estou grata por ter vindo, mais grata ainda por voltar, e grata pelo que me espera daqui para frente, seja lá o que for!

Obrigada, por tudo, meu Deus!