quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Adversativa




"Convém imaginar que eu sou outra
Convém sentir-me extremada
Convém comportar-me exagerada.
Convém mostrar-me descomedida
Desregrada, desenfreada, excessiva.


Cabe tornar meu momento eterno
Cabe tornar meu instante imortal,
Cabe sublimar o que sou nessa ocasião
Cabe sim, ser transformada


Apresento-me incasta e não temo o mundo
Sendo assim EU PROMETO


Prometo a efervescência
Prometo a transformação
Prometo o oposto, o adversativo
O contrário, o desfavorável, o impróprio
Prometo cumprir.


Sendo assim convém:
Convém estranhar-me a qualquer momento
Convém mastigar a minha alma
Convém celebrar o que sou e sinto
Convém acreditar que sou OUTRA"

Nane Martins

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Intuição

Boas surpresas são sempre bem vindas, e quando acompanhadas de bons pressentimentos, melhor ainda!
Quem me conhece sabe que não acredito em previsões astrológicas, nem muito menos em "sorte", é verdade que nem sempre foi assim, já fui daquelas de ler o horóscopo diariamente, porém, isso foi em um outro tempo, quando eu também não acreditava em muitas outras coisas, mas isso não vem ao caso agora. 

O que quero dizer é que, apesar de não acreditar em previsões, acredito nos meus pressentimentos, mais precisamente, na minha "intuição", não sei porque, mas ela nunca falhou, nunca mesmo. Ela às vezes até me assusta com tanta precisão. Uma das últimas que tive, foi realmente inacreditável, até hoje me faz rir sozinha quando lembro! É porque como diz o ditado, "depois que passa a gente ri".

Enfim! Adoro quando a minha intuição se junta com alguns fatos reais e os dois se completam em perfeita harmonia! E posso dizer que estou gostando bastante do que ela está me dizendo hoje. O que é?
Infelizmente, esse post só quem vai entender sou eu! haha. Ou felizmente, 
depende do ponto de vista!





quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"A pergunta certa é geralmente mais importante do que a resposta certa à pergunta errada." 

Alvin Tofller

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Eu queria saber quando é que o dia “24 de agosto” deixará de se tornar o dia mais angustiante e longo do ano para mim. Já é a segunda vez seguida que eu acordo nesse dia e tudo que eu vejo é uma grande nuvem cinza, junto com uma dor no peito que às vezes me dá a sensação de que até mesmo, respirar, é difícil. O que eu mais quero é que as horas voem, que os minutos corram e os segundos sejam mais rápidos do que já são normalmente, tudo para que o dia termine logo, e junto com ele, essa angústia.

Quem acabou de escrever isto aí em cima, não foi eu, mas sim um coração que agora se encontra pequeno e apertado de saudades. 

Saudades de alguém que, desde os meus 3 anos de idade era a minha maior companhia, alguém que sempre enfrentou ao meu lado as inúmeras adversidades que a vida, logo cedo, nos impôs, alguém que sempre foi o meu principal motivo de muitas gargalhadas e momentos de cumplicidade, e que depois se tornou o meu principal motivo de sofrimento, e muita, muita dor e preocupação. E que hoje, é o meu principal motivo de saudades. A única coisa que me consola é saber que essa saudade só existe porque também chegou ao fim o seu maior pesadelo!


♫  "Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento"

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Retrovisor


Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário,
Letras, lados, lestes,
O relógio de pulso pula de uma mão para outra,
E na verdade nada muda


O menino que me pediu R$0,10
É um homem de idade no meu retrovisor,
A menina debruçando favores toda suja,


É mãe de filhos que não conhece,
Vende-os por açúcar, prendas de quermece
A placa do carro da frente,
Se inverte quando passo por ele,


E nesse tráfego acelero o que posso,
Acho que não ultrapasso,
E quando o faço nem noto,


Outras flores e carros surgem no meu retrovisor
Retrovisor é passado, é de vez em quando do meu lado
Nunca é na frente,
É o segundo mais tarde, próximo, seguinte


É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou,
O que partiu, o que agora só ficou no pensamento,
Retrovisor é mesmice em trânsito lento,


Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas,
Mostra as ruas que escolhi,
Calçadas e avenidas,


Deixa explícito que se for pra frente
Coisas ficarão pra trás 
A gente só nunca sabe que coisas são essas

Retrovisor - O Teatro Mágico

sábado, 20 de agosto de 2011

O caderno inútil

Essa semana, folheando um certo caderno que eu encontrei aqui, eu percebi uma coisa intrigante, de tanto usar a borracha para apagar o que foi escrito de maneira errada, para apagar os erros, suas páginas ficaram manchadas, com rabiscos e falhas em todas as partes, em algumas partes as páginas até se rasgaram. 


Eu até que me aventurei a tentar usar uma borracha nova, mas nada adiantou, bastou eu tentar apagar novamente que o que já estava rabiscado, se tornou uma mancha escura enorme, difícil de sair. 


Então, olhei para aquelas páginas, e fiquei profundamente triste. Na verdade, lamentei pelo estrago, porque a história que estava escrita nelas era tão bonita, em algumas linhas, ainda dava para ler algumas coisas, com muito esforço, mas dava, e então eu relembrei momentos muito bons, e até me emocionei, confesso. Porém, todas aquelas manchas, rabiscos e partes rasgadas interrompiam de forma violenta a minha leitura, o que me obrigava a fechar o caderno e desistir. 


A verdade é que aquele caderno já havia se tornado inútil há muito tempo, afinal, para que serve um caderno onde não existe mais espaço para escrever? E onde nem mesmo é possível ler a história que ele conta, por causa do uso exagerado da borracha. 


Sendo assim, já que ele não servia mesmo para nada, eu resolvi guardá-lo, pensei até em jogar fora, para que ele não ocupasse espaço no meio dos outros, (eu não ia mais usá-lo mesmo), mas aí não foi possível, eu era muito apegada àquela história, os personagens eram muito especiais para mim, para que eu conseguisse simplesmente jogar tudo no lixo. 


Diante disto, a alternativa que encontrei foi guardá-lo mesmo, era o melhor a se fazer, só que ainda assim o problema do espaço continuou, eu não queria que algo que já havia se tornado inútil, que já estava coberto de poeira, ocupasse espaço demais (visto que ele era bem grande, pois a história era longa), eu não queria porque não via sentido nenhum nisso, não havia necessidade.


Então eu não o guardei em um lugar qualquer, andei muito, sem destino, e quando cheguei o mais longe possível, o mais longe que conseguir ir, procurei um armário, e então, abri a última gaveta, da última porta, e lá atrás, encostado em um canto, o deixei.


Passe o tempo que passar, quero ele lá, guardado sim, (pois a história que ele conta representa uma importante e marcante lembrança), mas ao mesmo tempo, em um lugar de difícil acesso, para que, nem que algum dia eu queira, eu consiga pegá-lo novamente.


E aí, sem pensar duas vezes, eu fechei as portas do armário, com suas respectivas chaves, e fui embora.


Ah! Onde estão as chaves agora?

Não sei, perdi no caminho de volta!



"A vida se tornaria impossível se a gente a relembrasse inteira. Tudo está em escolher aquilo que devemos esquecer
(Maurice Martin du Gard)