quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

2010: Montanha-russa de emoções!



2010 está finalmente terminando, e eu posso dizer que foi um dos anos mais paradoxais que eu já vivi, nessas 2 décadas e um pouco mais de existência.
Foi o ano em eu mais chorei e mais sorri, em que eu mais tive certeza do que sentia, e o que eu tive mais dúvidas. Foi o ano em que eu mais errei, apesar de estar no caminho certo.
Errei porque acreditei, e acertei porque desacreditei. 
Em meio a tantas dúvidas e certezas, eu amei, eu senti raiva, eu insisti, eu desisti, eu percebi, eu senti dor. Eu especialmente senti dor, uma dor intensa, que rasgou a minha alma por dentro, ela veio no mês de abril. Veio pra ficar! Sim, ela não passou, ela foi amenizada com o tempo, diminuída com os passos que eu dei de lá para cá, mas não passou. Trouxe consigo algo ainda pior: SAUDADE! 

Ô saudade, porque tú és assim? Não avisa que vai chegar, não pede para entrar, faz tudo se transformar em vontade de recordar? 

E a saudade ficou, definitivamente, vou ter que aprender a conviver com ela. (O pior de tudo é que eu achava que já sabia.)
2010 foi um ano especial, por bons e maus motivos. Tantas vezes eu achei que tava certa, e quebrei a cara. Tantas vezes eu achei que tava firme, e caí. Tantas vezes eu disse "nunca mais", e contrariei a mim a mesma. Deus me ensinou tantas coisas, a principal delas foi aprender que eu devo ser totalmente submissa a Ele, que tudo na minha vida deve ser e estar no centro da vontade Dele, que não adianta eu apenas "falar" que quero a vontade de Deus na minha vida, quando, no fundo no fundo, o que eu mais quero é que a minha vontade seja feita. Deus sonda os corações, é impossível se esconder dele, é impossível colocar alguma coisa acima dele sem que ele não veja. É muita ingenuidade de um ser humano medíocre, pecador, pequeno e sujo, achar que isso pode ser possível. 
Esse ano não foi nada fácil, além da perda do meu irmão em abril (que eu já mencionei), eu passei por um deserto muito grande, decepções vindas de onde eu menos esperava, de inúmeras formas e que me pegaram de surpresa, e despreparada. Mas foi graças a esse deserto que eu pude enxergar o que eu não estava conseguindo, seja por ingenuidade, ou por "opção" mesmo. Graças a esse deserto eu pude crescer um pouco mais e aprender um pouco mais sobre os mistérios de Deus, e sobre a forma como ele age. Deus não é nem um pouco previsível, quando a gente pensa que ele vai fazer algo, quando a gente pensa que já sabe todas as respostas, ele vem e muda as nossas perguntas. E acima de tudo ele mostra que ELE É DEUS, e mais nada e ninguém deve ser mais importante do que ELE nas nossas vidas. Isso, eu posso dizer, eu aprendi em 2010, depois de muitas lágrimas e noites em claro, mas eu aprendi!
2010 também foi um ano especial também por outro motivo, ele tem nome e hoje completa 18 dias de vida: Gabriela de Medeiros Barroco.
Ela representa mais um dos mistérios de Deus esse ano, uma criança, que chegou no momento mais difícil da minha vida, da vida da minha família, da vida da minha cunhada. Simplesmente 2 semanas depois do enterro do meu irmão, Kamila me conta que está grávida! Eu não sabia o que dizer, ela não sabia o que fazer. As duas, silenciosamente, ao telefone, choram... Lá estava ela realizando o maior sonho da vida dela, porém, faltava alguém, faltava a pessoa mais importante que deveria estar ao lado dela naquele momento... Lá estava eu, sabendo que ia ter uma sobrinha, algo que já tinha se tornado totalmente impossível, já que meu único irmão tinha acabado de falecer. 
Dá para explicar em palavras o que a gente sentiu naquele momento? 
Jamais! (Seria uma tarefa bem difícil.)
Uma mistura de "luto" e "felicidade", "dor" e "alívio", "tristeza" e "alegria", milhares de perguntas permeavam as nossas cabeças: "Porque agora?", "Porque não antes?", e o mesmo foi acontecendo com toda a família, conforme a notícia ia sendo dada. Um verdadeira montanha-russa emocional tomou conta da nós, para, depois, ser transformada na maior alegria que já tivemos em nossas vidas. Gabriela representa isso, representa a maior alegria que chegou no momento de maior tristeza. Foi esperada com muita expectativa. Nasceu linda, linda, linda, cheia de saúde, cheia de amor, cheia de luz! 
Ela veio para ensinar, para unir, e para preencher os espaços vazios do coração de uma menina linda que lutou a vida inteira por um amor, que enfrentou tudo e todos por esse amor, e, no final das contas, foi presenteada por Deus com o fruto mais lindo desse amor: Gabriela. O nome dela significa: "Enviada de Deus". E foi pelo significado do nome que ele foi escolhido. 
Gabriela. Com certeza, ela foi o melhor acontecimento do ano, de muitos anos! 

Bem, eu espero que 2011 venha também repleto de surpresas, boas, sim. Mas caso algumas não sejam tão agradáveis assim, que Deus continue se fazendo presente e mostrando o quanto vale a pena o servir e o quanto ele nos ama como um verdadeiro PAI. 
Mais uma coisa que aprendi esse ano com ele: Com ele ao meu lado, eu sou mais forte do que a maior de todas as rochas do mundo! Com ele ao meu lado, eu sou capaz de me surpreender comigo mesma por não saber do que sou capaz, com ele ao meu lado, eu sou verdadeiramente feliz, independentemente das circunstâncias! 

Que 2011 chegue logo e seja mais um ano na presença incomparável do Espiríto Santo de Deus! Que seja mais um ano de aprendizado e crescimento espiritual!  Seja pelo amor, seja pela dor... O que importa é estar perto de Deus! Seja lá o que for que me aguarda ano que vem, é só isso que importa!


Amém!


E até 2011!


"Mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fadigam.”
(Isaías 40.30:31)

"Mas uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus."

(Filipenses 3.13:14)


Meu Alvo é Cristo!


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domingo, 19 de dezembro de 2010

Oração: A linguagem do coração

Nossa sociedade, como todas as outras, tem seu próprio critério para identificar, classificar e retribuir as pessoas. Valorizamos etnia (cor da pele), quantidade de diplomas, posses, poder, influência, performance… Somos, individualmente, o resultado aritmético de nossos sucessos e fracassos.
Há os que mesmo recém nascidos já acumulam ativos ou passivos consideráveis. No Brasil de hoje, por exemplo, o perfil dos que nascem com os maiores passivos é: mulher, negra, pobre, filha de um relacionamento instável, ou seja, sem pai conhecido. Estas, se sobreviverem às condições miseráveis de sanidade básica, na adolescência e juventude terão que lutar muito mais que outras meninas de perfil diferente simplesmente para serem reconhecidas como gente, identificadas e, quiçá, amadas.
Nossas mega cidades estão repletas de gente solitária em meio à multidão. Não faltam cinemas, praças, teatros, clubes, salões de festa… Mas quanta angústia em meio a tanta diversão. Há uma pandemia de tédio em meio a um mundo de entretenimento.
Trabalhamos muito, mais do que as gerações anteriores, produzimos mais e melhor, mas nos tornamos reféns de nossas linhas de produção, nossas agendas, plantões, cursos de reciclagem, pós-graduações, reuniões…
Somos miseravelmente pobres, e nem nos percebemos disso. A pobreza ocidental, contemporânea, urbana, com certeza não é material. A água, alimento, roupa e habitação que já temos, ou que já somos capazes de produzir, seriam plenamente suficientes para suprir as multidões em todas as suas necessidades básicas. O problema é que somos pobres em termos ‘humanos’. Nossa escassez é de significado, de amor, de solidariedade, de compaixão.
Em outras palavras, nossa sociedade está corrompida porque nossa humanidade é distorcida, fragmentada, diluída.
Mas talvez seja na perspectiva afetiva que nossa sociedade encontra o extremo de sua decadência. Fomos criados, homem e mulher, para desfrutar a sexualidade na perspectiva de um relacionamento estável, íntimo, prazeroso, mutuamente enriquecido. É bem verdade que casamento e sexualidade sempre foram temas polêmicos. Através da história, nas diferentes culturas, poucas vezes vimos sua face saudável, madura. Na maior parte das vezes, casamento e sexo foi moeda de troca, uma relação comercial. Estou ciente disso.
O problema da nossa geração é que a riqueza da dimensão afetiva-sexual foi reduzida na pobreza da pornografia. O prazer e a intimidade foram colocados a serviço do mercado, do lucro, das redes de tráfico humano, de exploração de crianças e adolescentes… Apetrechos de borracha e bonecos infláveis prometem ‘satisfação’ sem a necessidade de contato humano. Sites com salas de bate papo são congestionadas por milhares buscando o orgasmo à distância. Sem se conhecer, sem se tocar, sem se compreender, sem se doar, sem ser humano! Máquinas, imagens, interfaces mecânicas, mortas, frias, inertes, como a alma do ser humano pós moderno. Ao final destas experiências, o testemunho unânime do gosto amargo de não-ser. Somos diminuídos de nossa condição humana. Nada mais que objetos: manipuláveis, descartáveis, sem alma, sem coração. Morremos! As manchetes diárias de nossos jornais, as revistas, vídeos, músicas, todos eles formam um atestado público, colorido, midiático, de nossa morte.
Não consigo pensar em lugar melhor pra resgatar nossa humanidade do que na oração. Creio que podemos ter nossa humanidade restaurada na medida em que formos capazes de orar, ou seja, de retomar e manter o relacionamento vivo com nosso Criador e Pai. O relato do Evangelho nos ajuda. As palavras dirigidas pelo Pai ao seu Filho-humano, Cristo Jesus, recém batizado, assumem dimensões libertadoras, transformadoras, renovadoras, se lidas na perspectiva correta (Lucas 3.21,22). Ali, Jesus, o Santo de Deus, assume publicamente, por associação, sua condição de humano-pecador, identificando-se conosco, fragmentados, diluídos, partidos. Nós, os que O rejeitamos, somos aceitos por Ele no Filho, que voluntariamente se identificou conosco.
O Pai, por sua vez, comunica-se com o Filho Jesus na linguagem do coração, a linguagem do afeto: “você é meu filho amado; me alegro em você”! Na narrativa bíblica histórica, esta declaração ocorre antes da vitória sobre a tentação no deserto, antes dos milagres, da cruz, dos ensinos. O Filho é amado e aceito por ser filho. Assim somos, se pela fé, nos identificarmos com o Filho.
Nele, em Cristo, nós somos – em Cristo somos gente, não coisa, objetoTemos vida, mas numa qualidade diferenciada, pois repousa em nós a capacidade de nos comunicar com o Criador, articular em linguagem nossos pensamentos, emoções e vontades. 
Somos capazes de corresponder ao seu amor. Somos ‘outros’, mas da mesma essência: espírito, alma vivente. Cada um, cada ser humano, cada pessoa que vive sobre a terra carrega esta marca: nós somos, existimos, e nossa identidade flui Dele. Somente somos porque Ele é. Nossa existência está conectada a Ele. 
Aqueles que, pela fé, crêem no Filho, nascem de novo, do Alto, do Espírito! São parte de uma nova criação, uma nova humanidade que está sendo gerada aqui, agora, entre nós, neste mundo corrompido!
Nele, em Cristo, somos chamados ‘filhos’ – é uma relação de pertença, de continuidade, de semelhança, de intimidade. O Pai se alegra no Filho; sua vida está conectada à Dele. Nele, em Cristo, somos amados – somos queridos, estimados, valorizados, acolhidos como por nenhuma outra pessoa no universo. Para nos ter, o Pai foi capaz de dar a vida de seu único Filho! Pode existir amor maior? Nele, em Cristo, somos a alegria do Pai! Como pode? Nós, pequenos, enfermos, fragmentados, moídos, orgulhosos, egoístas, interesseiros…
Se estamos em Cristo, na oração, na devoção e no louvor, falamos a linguagem do coração, do afeto, da comunhão!  
Antes de sermos igreja, precisamos voltar a ser gente.
Para sermos gente temos que antes ser humanos. O pecado destruiu grande parte de nossa humanidade, dignidade, glória. Em Cristo podemos aprender como ser humanos novamente. O resgate da nossa humanidade passa pela restauração da nossa espiritualidade fundamental, o relacionamento com o Pai.
A oração é a linguagem do amor!

José Roberto Prado

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sábado, 18 de dezembro de 2010

Mudança...


"Obervo em mim mesma as mudanças de estação: eu claramente mudo com elas."

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros. Viva outros romances. Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias. Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus. Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!

Clarice Lispector



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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Pés cansados...



Fiz mais do que posso
Vi mais do que agüento
E a areia dos meus olhos é a mesma
Que acolheu minhas pegadas


Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
Os mesmos pés cansados voltam pra você
Pra você.


Eu lutei contra tudo
Eu fugi do que era seguro
Descobri que é possível viver só
Mas num mundo sem verdade


Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
Os mesmos pés cansados voltam pra você
Pra você
Sem medo de te pertencer
Voltam pra você


Meus pés cansados de lutar
Meus pés cansados de fugir
Os mesmos pés cansados voltam pra você
Pra você

Pés Cansados - Sandy 




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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

05 de dezembro de 2010: Gabriela chegou!


 ♫ "Aos olhos do Pai
Você é uma obra-prima
Que Ele planejou
Com suas proprias mãos pintou
A cor de sua pele
Os seus cabelos desenhou
Cada detalhe
Num toque de amor
Você é linda demais
Perfeita aos olhos do pai
Alguém igual a você nao vi jamais
Princesa linda demais
Perfeita aos olhos do Pai
Alguém igual a você não vi jamais
"
 

Esse anjinho aí, nessa foto, tem menos de 24 horas de vida, portanto, ainda não tem a noção do quanto ela foi esperada, do quanto ela foi motivo de alegria, e do quanto ela é AMADA. Ela foi a melhor notícia que podíamos receber em meio a escuridão que tinha se tornado a essência dos nossos corações, ela foi a nossa melhor surpresa no momento mais difícil de nossas vidas, ela foi o melhor presente que DEUS podia nos dar, e com certeza, será motivo de muita, muita alegria daqui para frente!
Gabriela, seja bem vinda. 
Titia te ama muito!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Se anjos existem...


É JOÍA RARA, é como pérola no oceano, tem que ir fundo, lá longe, para achar, e quando encontramos, não são milhares não, mas apenas algumas, pouquíssimas, mas de valor inestimável.
É AMOR, é carinho, é preocupação, é o desejo de ver o outro bem...
É CUMPLICIDADE!!!




"Se anjos existem, encontramo-los nas amizades que persistem..."