É engraçado como nós elaboramos nossas próprias teorias, nosso próprio manual prático de como agir nessa ou naquela situação, mas, na maioria das vezes, na hora de colocar em prática tudo sai diferente do planejado, para não dizer ao contrário. 

Ontem, ao acordar, eu me deparei com uma situação que me fez relembrar muitas outras, já vividas há tanto tempo, que nem parece que aconteceram nesta vida, e eu achei graça, pois praticamente me vi projetada naquela história, como se um filme passasse em minha mente. 


Na verdade a situação que me provocou esse sentimento de nostalgia não foi vivida por mim, mas apenas ao observá-la de longe, percebi o quanto somos, muitas vezes, bobos, e subestimamos a nós mesmos. Passamos a crer, com o tempo, que temos controle sobre certas coisas, sobre certas experiências, quando, na verdade, tudo não passa de um grande engano. Engano esse que só descobrimos quando estamos protagonizando-o.

É verdade que quando se tem experiência é muito mais fácil, a parti do momento em que temos a oportunidade de não cometer os mesmos erros, - uma vez que reconhecemos que eles foram erros - , mas na vida, nem sempre as coisas são mecânicas como gostaríamos que fossem, principalmente quando se trata de sentimentos, de pessoas, de relacionamentos, sejam eles de que tipo for. 

É muito mais complexo do que simplesmente pensarmos "agora eu já sei o que fazer, e o que não fazer". Talvez porque o aprendizado passado não sirva para a situação presente, talvez porque sejamos, por essência, obrigatoriamente movidos pela emoção em certas circunstâncias, ou talvez porque, na verdade, não aprendemos o que pensamos ter aprendido. 

Confesso que não sei a causa correta de tudo ser assim, mas creio que a grande graça da história é justamente não saber, se não a vida perde (na minha concepção) umas de suas características mais interessantes: A surpresa, o desconhecido, o inesperado sobre o dia de amanhã! Essa é a graça!


E eu acho que não, eu não quero mas ter um manual de instruções!

"Somos donos dos nossos atos, mas não donos dos nossos sentimentos!" (Rubem Alves)