domingo, 28 de novembro de 2010

O porquê da Adoração


Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e verdade. 
João 4.23,24.


O relato de Mateus 4.10 sobre a tentação de Jesus, apresenta a resposta de Jesus ao diabo:

 “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”. 

Jesus usou as palavras de Êxodo 20.4,5 onde se encontra a ordem de Deus ao povo de Israel de que, só a ele, deveriam adorar e prestar culto. 
A constante vontade de Satanás é roubar o que só a Deus é devido – a adoração e o louvor. Mesmo sabendo que fomos criados para o louvor e glória do Deus vivo [“a fim de sermos para louvor de sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo” - Efésios 1.12], o inimigo busca de todas as formas, deturpar o culto a Deus, limitando-o à formas e costumes, amoldando-o à cultura e aos padrões humanos, impedindo que se expresse o desejo do coração de Deus.
A adoração que Deus esperou do povo de Israel ele, agora, procura encontrar na vida da Igreja. Sutilmente, a idolatria com seus ídolos, em diferentes formas, infiltraram-se no culto da cristandade, corrompendo o entendimento dos líderes e do povo que lhe pertence.
Ao longo dos anos, a forma de culto, tanto a pagã como a judaica, centralizou-se nos templos. A fé cristã lançou a noção de que os discípulos de Jesus são templos vivos, onde Deus habita. A Palavra declara: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Coríntios 3.16). 

Muitas vezes essa noção foi perdida, e o povo de Deus tornou-se dependente do sacerdócio daqueles que, comumente, são denominados: “ministros de louvor”. Com isso, perdeu-se a espontaneidade de cada pessoa adorar e louvar individualmente. Parece-nos que voltamos ao tempo em que, para haver adoração, era preciso ter locais próprios para isso, um sacerdócio especial, imagens e ídolos, intermediando o louvor a Deus. Perdeu-se a noção dada os remidos da “intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo o grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado da má consciência e lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10.19-22).

Hoje, o Pai está restaurando toda a verdade e, em especial uma viva vida de relacionamento dos seus filhos com ele. Assim, toda a intermediação está encerrada, pois, Jesus Cristo é o único intermediário entre os salvos e o Pai Salvador. Por todo o mundo está surgindo um novo culto de verdadeira adoração àquele que disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). 
Quando Jesus focaliza ao Pai, ele focaliza a si mesmo, pois ele disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14.9) e, também, focaliza o Espírito Santo – “o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome” (João 14.26). 

A Trindade Santa deve ser o único foco da verdadeira adoração.

Por diversas vezes já fiz a pergunta: Porque devemos adorar a Deus? 
Essa pergunta invade o meu coração, pelo fato de entender que Deus é suficiente em si mesmo. Sua grandeza e majestade possuem o mais alto grau de expressão. Para Deus ser completo ele não necessita do que lhe possamos ofertar; ele não precisa de nossos sacrifícios de louvor e adoração para se rejubilar e se sentir feliz; ele não requer nosso amor para sentir-se amado, pois nele está a fonte do verdadeiro amor. “Deus é amor” define João (I João 4.16). Antes de nos criar, ele já existia em sua plenitude e era completo com o Filho e o Espírito Santo. Juntos participavam da plenitude eterna. Eis a razão de dizermos que o Pai não se preocupa com a adoração, mas, sim com os adoradores.

Para Deus ser completo não necessita do que lhe possamos ofertar; nem de nossos sacrifícios de louvor e adoração para ter alegria e sentir-se feliz; ele não precisa de expressões de amor para sentir-se amado, pois, ele é o próprio amor (I João 4.8). Antes de nos criar, ele já existia em sua plenitude e era completo com o Filho e com o Espírito Santo. Perfeitos em unidade eles participam de uma eterna plenitude. Juntos, são a plenitude em todas as coisas, inclusive de toda adoração, alegria e júbilo. Eis a razão de pensar de que o Pai não procura adoração, pois a adoração preenche todo o céu. O profeta Isaias diz: “eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia de sua glória (Isaias 6.1-3).  

Os céus estão repletos de adoração, Deus procura por filhos que o adorem.
Quando medito sobre isso, vem ao meu coração que, acima de tudo, existe algo na adoração que é de importância vital, não para Deus, mas, para os adoradores. E, se ele procura adoradores é porque o seu amor quer que as suas criaturas, na terra, participem de uma preciosa comunhão com o seu Criador. É a atitude da criatura, em seu livre arbítrio que determinará ser ou não um adorador. Deus nos deixou com essa opção. Ele que governa todas as coisas poderia ter feito o homem como um adorador nato, tal como os anjos são. Mas, assim não fez, porque quer uma adoração que parta, livre e espontaneamente, do coração humano.

Deus nos deixou a opção de adorar ou não adorá-lo. Ele que tem em suas mãos todo o governo poderia fazer com que toda a criação fosse de adoradores, tal como são os anjos no céu. Mas, ele não fez assim, deixou-a livre para fazer uma ou outra coisa. 
O adorador é aquele que faz uma opção por Deus, opta por Jesus como seu salvador e pelo seu reino; opta em ter uma livre comunhão com Deus, que não é imposta pela vontade divina, mas é uma livre opção de amor!  
A parte de Deus sempre é perfeita e completa, seu amor é inquestionável, mas, ele espera uma atitude recíproca de nossa parte. 
A verdadeira adoração é uma opção do nosso amor abrindo-se ao amor de Deus!

Qual é nossa opção? 

Deus governa sobre todas as coisas, mas deixa-nos adorá-lo ou não. 
A atitude correta é amá-lo e adorá-lo! 
A adoração é algo que satisfaz e alegra o coração de Deus, mas beneficia também o adorador, pois esse, ao optar em agradar a Deus, cumpre a sua parte nesse enlace de amor. 
A adoração sempre emana do amor. É o amor que lhe dá conteúdo. E, como Deus quer ser amado por nós! O que dá eficácia à adoração é o amor
Ele dá conteúdo a nossa adoração e expressa, de forma bem clara, a aliança e o compromisso que temos para com Deus e o seu reino eterno.

Amar a Deus acima de tudo

“Eu amo o Senhor, força minha” (Salmo 18.1).

O que deve caracterizar o adorador não é a sua maneira de cantar e louvar, mas, sim, o profundo amor para com Deus. O que mais me chama a atenção nas vidas de homens como Abraão, Davi, os profetas e os discípulos de Jesus, é o profundo amor que deles fluía para com Deus. 

No Salmo 18.1, Davi expressa: “Eu te amo, ó Senhor”. 
Jesus externou o seu incondicional amor ao Pai, através de um viver inteiramente voltado à obediência. O amor ao Pai enriqueceu sua vida de devoção, adoração, submissão e, principalmente, na obediência e sacrifício – “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (João 4.34).

Quando falo sobre o amor, falo do amor “de Deus derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5.5), amor que nos leva a uma comunhão que nada deste mundo pode quebrar.

Paulo, em Romanos 8.35, faz uma pergunta“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou a perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?”, e concluí nos versículo 38 e 39: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem as alturas, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Se esse amor está em nósnosso coração transbordará em louvores.

Entendo que esse amor do qual Paulo fala é um amor sobrenatural, que é a expressão da presença do Pai que vive em nós
É esse amor que nos compele a amá-lo acima de todas as coisas. 
A prescrição de Moisés ao povo sob sua liderança foi: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus” (Deuteronômio 11.1).

É pela graça que, agora, nós podemos amar a Deus através do Espírito Santo. 
A minha constante pergunta é: O que é amar a Deus e, quanto eu o amo?” 
O nosso amor é provado quando passarmos por provações. 
Por exemplo: Quando não estamos bem financeiramente, emocionalmente ou fisicamente, isto interfere no nosso amor? Interferindo, então, precisamos rever os fundamentos nos quais edificamos o amor que dedicamos a nosso Pai Celestial.

Adoração é uma resposta dada ao constante amor de Deus por nós. 

Esse amor deve ser incondicional, tal como foi o amor de Abraão para com Deus, dispondo-se a entregar, em um sacrifício, o seu próprio filho. 
Foi, assim, da mesma forma e com a mesma intensidade de amor para conosco, que Deus deu ao seu próprio Filho para nos substituir no holocausto da Cruz


Asaph Borba


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