quinta-feira, 7 de abril de 2011

Acordo, tomo café, falo com meu tio e minha mãe, e ligo a tv. Aí escuto que um rapaz, da minha idade, (23 anos), entrou em uma escola, onde já estudou, armado com 2 dois revólveres e começou a atirar contra um grupo de crianças e adolescentes, matando 12 e ferindo 13, até aquela hora. Depois, se suicidou, deixando uma carta sem sentido onde fazia exigências em relação ao seu sepultamento, menções ao Islamismo e atitudes terroristas, e referências a Deus e a Jesus.


"Ele simplesmente entrou na sala, puxou a arma e começou a selecionar as pessoas que iriam morrer", explica umas das crianças sobreviventes.


Notícias como essas, de massacres coletivos, costumam chocar não apenas pela crueldade, que é sem limites imagináveis, mas também por se tratar de crianças, de pessoas totalmente indefesas. Além do fato de que este tipo de crime não é considerado comum em nosso país. 
Depois de "digerir" o café que e a notícia, fiquei pensado: O que será que se passava na cabeça de Wellington Menezes de Oliveira? 
Respostas a essa pergunta começaram a surgir de diversos especialistas em comportamento humano pelo Brasil afora, uns apontam que o rapaz foi vítima de bullying nesta mesma escola, outros já lembram que ele sofria de transtornos psicológicos e mentais, outros dizem que era uma pessoa solitária, sem amigos, ou talvez um fanático religioso. São muitas as suposições, ou certezas. Eu também tenho a minha, e vou dizer, mas não agora.
Não demorou muito para que eu tivesse certeza da minha resposta à minha própria pergunta, mas, ainda assim, continuei sem entender, sem compreender, sem aceitar, porque é impossível aceitar. Basta relembrar os fatos, e o sentimento de repúdio aflora... Você pegar uma arma, olhar para uma criança, e CONSEGUIR atirar nela, você tirar a vida de crianças, CRIANÇAS, que estão na escola, dentro da SALA DE AULA, e você ali, olhando para elas... Sinceramente, nessas horas a gente meio que perde um pouco a fé no ser humano. Não é mesmo? Eu senti isso hoje, acho que muitos também sentiram.
Mas também, quem foi que disse que é no ser humano que precisamos "ter fé"? 
E aí é que entra a resposta a que me referi anteriormente. O ser humano, sozinho, não pode nada, nada pode contra seus medos, suas mágoas, suas frustrações, seus pensamentos ruins, suas vontades perversas, que acabam se transformando em atitudes, (como esta que vimos hoje), (para os que defendem a insanidade mental de Wellington, eu digo mais: insanidade mental não é sinonimo de maldade, nem te transforma necessariamente em um assassino cruel, frio e calculista, pelo motivo que for), o ser humano, sozinho, nada pode contra sua insanidade mental, contra seus traumas de infância, contra sua revolta causada pela falta de oportunidade ou pela sua exclusão social em mundo cada vez mais competitivo, o ser humano, sozinho, nada pode contra seus mais profundos sentimentos, nada pode contra ele mesmo, nada pode contra sua natureza. 
Finalmente, qual a resposta que tenho para atitude de Wellington? 

Uma só: Distância INFINITA de Deus na vida dele

Aí você me diz que essa é a primeira coisa que os "fanáticos religiosos" dizem para justificar tragédias como essas, que essa é a resposta "fácil", da "massa", porém, ela encobre tudo que está por trás realmente das motivações de Wellington (que são sociais, religiosas, ou psiquícas), e eu continuo te afirmando: Esse rapaz, padecia infinitamente da presença de Deus em sua vida, seu coração era como se fosse um vácuo negro onde nada vivia e nada brotava. Aí você me diz que não acredita em Deus, e que além disso esse assunto é muito complexo e que só a psicologia pode explicar o que se passava na cabeça de Wellington. Tudo bem, você pode não acreditar em Deus. Mas você não pode não acreditar nas consequências que esse "ser" tão polêmico (existindo ou não), causa na  vida das pessoas que o buscam, nas mudanças, nas verdadeiras transformações. Sim, porque elas são reais, e bem VISÍVEIS, para elas é impossível fechar os olhos, sobre elas é impossível poder afirmar que não existem. Por que eu digo isso? Porque eu nunca vi, nem em casa de recuperação, nem em Febem, nem em presídio, nem em grupo de apoio, nem nas melhores escolas, nas melhores famílias, pessoas deixarem de ser o que são para se tornarem algo infinitamente melhor, eu nunca vi um ser humano, sozinho, largar o vício das drogas, e consegui manter essa atitude até o fim de sua vida, sem nenhuma recaída, eu nunca vi um assassino convicto, (que trabalhava como matador de aluguel, entrando em detalhes, pois este senhor eu conheci de perto), se desfazer de toda a sua perversidade e se tornar um EX assassino, homem amoroso, que transmite ternura apenas ao falar, eu nunca vi um traficante de drogas se arrepender de todo o mal que já fez, largar tudo, e começar a viver de forma digna, mesmo ganhando infinitas vezes menos do que antes para sobreviver, eu nunca vi um marido bêbado, que bate na mulher todas as noites, se transformar em um homem completamente diferente, um homem carinhoso, que fala manso, em um marido totalmente dedicado, enfim, eu nunca vi um ser humano mudar tão radicalmente a sua essência (seja ela oriunda de fatores psicológicos ou sociais ou de qualquer outro) sem que ele tenha buscado a Deus, procurado conhecer a natureza de Deus, procurado fazer a vontade de Deus, procurado aprender sobre Deus, procurado SENTIR DEUS
É por isso, que a minha resposta para essa tragédia é e sempre será essa: Distância de Deus.
Wellington poderia ser um doente mental, ou não, poderia ser rico ou pobre, poderia ser adotado, ou filho legítimo, poderia ser um psicopata ou uma pessoa normal, poderia ter amigos e família, ou ser sozinho no mundo, poderia ser feliz, ou infeliz, NÃO IMPORTA, eu tenho certeza que, considerando qualquer umas das suposições, SE ele tivesse, dentro do coração dele, uma MÍSERA, uma MÍNIMA porção do amor de Deus, para ele isso BASTARIA, e ele jamais teria sido capaz de fazer o que fez. Por quê? Porque ele teria sido tomado por inteiro por um sentimento de Compaixão por aquelas crianças, Arrependimento e Amor, três coisas que simplesmente o paralisariam na hora de atirar, por mais que ele tivesse planejado fazer aquilo tudo, por mais que ele estivesse decidido.


Paz, Longanimidade, Benignidade, Bondade, Mansidão, Temperança

Todos esse adjetivos, e alguns mais, são apontados pela Bíblia como "frutos do espírito"
E o que seria isso? 
Seriam características das pessoas que buscam insistentemente a presença de Deus, que tomam a sua cruz e o seguem sem olhar para trás, que se entregam por inteiro ao Senhor, e portanto, de tanto fazer isso, com um certo tempo, começam a possuir as características do Espírito de Deus, o chamado Espírito Santo. 
Você quer saber se eu sou assim? Se eu possuo essas características? 
Não não, estou muito longe disso, mas de uma coisa eu sei, aqui, no meu coração, eu guardo a tal "mísera" porção do amor de Deus que eu falei anteriormente, eu guardo comigo a sete chaves e não deixo escapar, pois, para mim, esse é o meu MAIOR TESOURO, é a coisa mais importante que eu tenho na vida. 

E hoje, ao desligar a tv, depois de ver uma mãe chorando ao telefone contando ao pai que a sua filha estava morta, com os olhos cheios de lágrimas, eu pensei em Deus, pensei pedindo conforto para aquele coração, e depois, me lembrei do meu pai, quando, há 1 ano atrás, diante do falecimento do meu único irmão, (faz um ano exatamente amanhã, dia 08), me disse: "Filha, a pior dor que um ser humano pode sentir, é a dor da perda de um filho. Não existe dor mais forte do que essa. É contra a lei da natureza, vai contra a ordem natural das coisas". Ele me disse isso, e sua face estampava a expressão mais triste que já pude ver nele, e eu nunca mais esqueci essa frase.

Pois é, caro amigo, ou amiga, você, acreditando ou não na existência dele, acreditando ou não na existência de Deus, é obrigado a concordar comigo em uma única coisa: Esse mundo, quando se distancia dele, quando o deixa de lado, vira todo esse HORROR que vemos hoje, dia 07 de abril de 2011, ao ligar a tv.



"E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" 
(Mateus 24:12) 


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