quarta-feira, 16 de março de 2011

Terremoto?

"Não vou medir as palavras
Mesmo que a verdade assuste,
mesmo que meu ato magoe,
não vou guardar o que penso
dentro de mim.

Não vou mascarar sentimentos,
não vou iludir pessoas com
gestos superficiais.

Sem medo de ser eu,
sem fazer esforço para agradar"



"Ontens e hojes, amores e ódio,
adianta consultar o relógio?
Nada poderia ter sido feito,
a não ser no tempo em que foi lógico.
Ninguém nunca chegou atrasado.
Bençãos e desgraças
vêm sempre no horário.
Tudo o mais é plágio.
Acaso é este encontro
entre o tempo e o espaço
mais do que um sonho que eu conto
ou mais um poema que eu faço?"

Paulo Leminski 
em "Distraídos Venceremos"

Ando precisando de um pouco de normalidade, parece que o chão de repente resolveu começar a tremer, e as coisas a desmoronar. O terremoto aconteceu no Japão mesmo? 
De decepção em decepção, eu sinto meu coração ficando cada vez mais duro, mas será mesmo que ele está mais frio ou eu estou confundindo força com frieza? Ao olhar para dentro dele, eu vejo a resposta... Não! Ele não é frio, é apenas uma criança que já sabe para onde correr na hora do perigo, mesmo quando está sozinha. É apenas uma criança que, de tanto cair, em suas inúmeras aventuras, já sabe levantar em segundos tão rápidos que aqueles que achavam que ela era incapaz se sentem admirados com tanta astúcia. É, posso dizer que força, é o que ela mais tem. O mais impressionante é que ela consegue levar consigo apenas aquilo que realmente importa e vale a pena.
Afinal, como diria Quintana, certa vez,  proseando em "Da Observação":

"Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio..."



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